” `Pode-se imaginar os sentimentos de que um pai brasileiro é tomado quando pela primeira vez se dá conta de que, com a bola nos pés, seu rebento é um prodígio´, escreveu Roberto Pompeu de Toledo na última página da Veja. O verbo poder não deveria estar no plural?” A pergunta é dePaula Aparecida.
Trata-se da voz passiva sintética. A danada confunde gregos e troianos. Esquecidos do sujeito, deixamos a concordância pra lá. Há jeito de escapar da cilada? Há. Pra acertar sempre, recorra ao troca-troca. Substitua a voz passiva sintética pela analítica, construída com o verbo ser. Aí, o sujeito aparece claro. O verbo concorda com ele. E a dúvida bate asas e se vai. Compare: Os sentimentos de um pai brasileiro podem ser imaginados. Podem ser imaginados os sentimentos de um pai brasileiro. Podem-se imaginar os sentimentos de um pai brasileiro.