Há muitos e muitos anos, nasceram duas crianças. Uma recebeu o nome de Demo. A outra se chamou Cracia. Ambas eram gregas. Na língua delas, os dois nomes têm um significado. Demo quer dizer povo. Cracia, governo. O tempo passou. Um dia, Demo encontrou Cracia. Eles sorriram um para o outro. Conversaram. Paqueraram. E não deu outra. Casaram-se. Juntos, viraram o casal Democracia.
Eles tiveram muitos filhos. Os filhos lhes deram um montão de netos. Os netos os presentearam com uma infinidade de bisnetos. A família ficou enorme. Quando todos estavam reunidos, podiam encher a catedral. O clã tinha um jeito especial de viver. Em casa, ninguém brigava. Os sabidos faziam eleição para tudo. A sobremesa seria pudim ou sorvete? Todos votavam. Ganhava a maioria. A meninada ia à piscina ou ao parque? O voto decidia.
A moda pegou. Muitos países copiaram o exemplo. Se alguém quer ser senador, deputado, vereador, prefeito, governador ou presidente, tem de participar de eleição. O povo vota. Ganha quem tiver a preferência de mais gente. É a democracia – o governo do povão. Viva!
Eleição é…
Escolha. A palavra vem do latim electione. Entre duas ou mais criaturas, escolhe-se uma. Ou, se preferir, elege-se uma.
Por falar em eleger…
Eleger é verbo generoso. Tem dois particípios. Um regular: elegido. O outro irregular: eleito. Quando usar um ou outro? O compridão acompanha os auxiliares ter e haver. O curtinho, ser e estar: Os brasileiros haviam (tinham) elegido candidato pouco conhecido. O candidato foi (está) eleito.
Bonito, não? Mas eleger vai além. Permissivo, aceita o particípio irregular com ter e estar: Os brasileiros tinham eleito candidato pouco conhecido.