De pernas, rodas e preguiçosos

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O Rio tem sambódromo. Brasília, beijódromo. Parintins, bumbódromo. O que há de comum entre eles? É a greguinha dromo. Na língua de Platão e Aristóteles, ela quer dizer lugar de corrida. No hipódromo, por exemplo, os cavalos disputam corridas. Nos kartódromos, os karts. Nos autódromos, os carros.

Formações recentes poupam rodas e pernas. Modernas, não estão nem aí pra demonstrações de velocidade. É o caso de fumódromo. O louquinho por cigarro se aperta no chiqueirinho e aspira a nicotina de todas as horas. É o caso, também, dos maridódromos. Homens impacientes se recolhem a salas com tevê, jornais e revistas. O resultado é bom pra todos: eles ignoram a gastança. Elas deitam e rolam com o cartão de crédito. Os comerciantes vendem.

Desfile

O lugar destinado ao desfile das escolas carnavalescas deveria se chamar passarela do samba. Darcy Ribeiro não gostou de nome tão pomposo. Propôs sambódromo. Pegou. E criou moda. Parintins inaugurou o bumbódromo. Ops! Erra quem pensa que o palavrão tem algo com bumbum. Não tem. Ele tem a ver com o bumba meu boi. É o lugar onde Garantido e Caprichoso se exibem, emocionam e espantam pela grandiosidade.