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Camille Paglia tem muitas famas. Uma delas: não ter papas na língua. Em entrevista à Veja, a intelectual americana da cultura pop disse o que muita gente pensa, mas não verbaliza. Trata-se da busca patética da beleza eterna e da eterna juventude. “As mulheres querem ser a Carrie de Sex and the city. Não acho nada estranho que tantos rapazes bonitos e inteligentes não queiram se casar ou sejam gays”, afirmou ela diante do horror coletivo.
Uma olhadinha nas caras e corpos que circulam em salões, bares, restaurantes, cinemas, academias etc. e tal não deixam dúvida. A ciência está padronizando as pessoas. Rugas desapareceram de testas e pescoços. Bocas ganharam lábios grossos e dentes perfeitos. Maçãs do rosto viraram triângulos atrevidos. Barrigas salientes ficaram retas como tábuas. Peitos e bumbuns receberam incrementos a gosto do freguês. A pele? Parece balão de borracha — marrom e brilhante.
Ninguém mais parecido com Marta Suplicy que dona Marisa Letícia. Dizem as más línguas que Lula tem de fazer esforço pra distinguir uma da outra. Agora nova dor de cabeça aguarda o presidente. Dilma Rousseff corre a passos largos pra entrar no clube da dupla MM. Frequenta o mesmo cirurgião plástico e, pela amostra, chegará lá rapidinho. Línguas mais viperinas insinuam que, por ora, ela está impedida de assistir a filmes proibidos para menores de 18 anos.
Ouvidos, homens juram não apreciar o espetáculo. Ora, se não é pra agradar ao sexo oposto, por que criaturas inteligentes e bem-sucedidas protagonizam a triste farsa? Alguns falam em vaidade. Outros, em exibicionismo. Felipe Cabral foi mais objetivo: “As mulheres não ligam pra opinião masculina. Elas querem fazer inveja às próprias mulheres”.
Sílvio Queiroz, colega do jornal, lembrou pormenor importante. “A revolução feminista”, disse ele, “não só tornou os homens fregueses do fogão, da pia e do tanque. Foi além. Transformou-os em consumidores de plásticas, cosméticos e implantes capilares. Pelo andar da carruagem, os gays citados por Camille logo, logo vão ficar na mão”.
