Eleição tem montões de vantagens. Uma delas: amplia a cultura linguistica. Além de vocativos, tautologias, sofismas e tantos conceitos bacanas, sufixos fazem a festa. O -eiro se destaca. É eleitoreiro pra cá, politiqueiro pra lá. Ele tem montão de significados. Um deles: indica origem. É o caso de mineiro (quem nasce em Minas). Outro: ocupação, ofício (copeiro, barbeiro). Mais um: lugar onde se guarda algo (galinheiro, tinteiro). Ainda: ideia de intensidade (nevoeiro, poeira). Mais: noção coletiva (berreiro, formigueiro).
E eleitoreiro? Ah, a criatura deprecia. Apresentar proposta eleitoreira não enriquece currículo. Ao contrário: demonstra que o pidão só pensa em si. Na caça aos votos, não está nem aí para os interesses da comunidade. É aquela coisa — primeiro eu. Depois eu. Se sobrar espaço, eu também. Eleitoreira tem coleguinhas. A mais íntima é politiqueira. Refere-se aos caça-mandatos que adoram politicagem. Quem? Este aqui. Esse aí. Aquele lá. Ops! Pernas pra que te quero!