Dá um tempo, Senhor 1

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O calendário maia não deixa dúvida. O mundo acaba na próxima sexta-feira. Dilma Rousseff, afogada em mil atribuições, deixou a coisa correr solta. Alertada, caiu na real. Não tomara nenhuma providência pra fazer frente ao fim final.

Em menos de uma semana, era impossível aprovar projetos no Congresso. O jeito foi recorrer a medida provisória. Assessorada por Gilberto Carvalho, cuja passagem por seminários lhe dera amplo conhecimento das idiossincrasias divinas, Sua Excelência pôs mãos à obra.

Determinou o adiamento do fim do mundo. A razão: o país não está preparado para evento de tal magnitude. Precisa modernizar a infraestrutura, racionalizar a burocracia e baixar o custo Brasil. Não só. Tem de ampliar os cemitérios e qualificar coveiros. Concursos públicos, editais e licitações não se fazem de um dia para outro. Tempo, Senhor!   A redação

Texto com tanto poder tem de ser cercado de cuidados. Além de obedecer à redação legislativa, precisa respeitar as manhas e artimanhas da língua. A primeira questão: medida provisória se grafa com a inicial pequenina ou grandona?

Discriminação é crime. A medida provisória embarca na canoa dos textos legais. Ganham maiúsculas os numerados ou conhecidos pelo nome. Assim: Medida Provisória 300, Medida Provisória das Mensalidades Escolares, Medida Provisória do Fim do Mundo, Lei 3.112, Decreto-Legislativo nº 36, Portaria 21.

Nos demais casos, é tudo mixuruca da silva: No Brasil, há leis que não pegam. A medida provisória autoriza o presidente da República a legislar. Não li toda a portaria baixada pelo ministro. Você leu?