Crase 5

Publicado em Crase, Geral

 
 Possessivo, aparências que enganam 

– Crase antes de pronome possessivo? 
Os precipitados têm a resposta na ponta da língua: 
– É facultativa.  
Os atentos pensam duas vezes:  
– Depende da frase. 

E daí?  

O pronome possessivo goza de privilégios. Ora vem acompanhado de artigo. 
Ora não. Por isso, a gente pode dizer: 
 

Minha cidade tem duas agências dos Correios.  
A minha cidade tem duas agências dos Correios.
 


A crase é a fusão da preposição a com o artigo a. Quando o artigo é facultativo, a crase também é. Logo, está certinho da silva escrever:  

 
Vou a minha cidade.  
Vou à minha cidade.
 

 
Na incerteza, banque o São Tomé. Recorra ao tira-teima. Substitua a palavra feminina por uma masculina. Se no troca-troca aparecer ao, sinal de crase.  Caso contrário, xô, grampinho:

 
Vou a (ao) meu país.  

 
Olho vivo! Nem tudo o que reluz é ouro. Há uma construção enganadora.  
O a que antecede o possessivo às vezes tem cara de artigo. Mas artigo não é. Trata-se do ardiloso pronome demonstrativo. Veja a cilada: 

 
Não fui a (à) minha cidade, mas à sua. 

Desmembrando a segunda oração, temos:  

Não fui a (à) minha cidade, mas à que (àquela que) é sua. 

O raciocínio é um só: o artigo é facultativo. O pronome não. Bem-vinda, crase.