Crase 2

Publicado em Crase, Geral

 
Vou a Brasília? Vou à Brasília? Fui a Paraíba? Fui à Paraíba? Ia a França? Ia à França? Eta dor de cabeça! Nome de cidades, estados e países são cheios de caprichos. Ora dão vez ao grampinho. Ora, não. No aperto, a gente chuta. O resultado é um só. A Lei de Murphy, gloriosa, pede passagem. O que pode dar errado dá. 

 
Como safar-se? Há saídas. Uma delas: seguir o conselho dos políticos. “Para vencer o diabo”, dizem eles, “convoque todos os demônios.” Um demoniozinho se chama troca-troca. Se a frase for construída com o verbo ir, recorra ao truque. Substitua o ir pelo voltar. Depois, lembre-se da quadrinha: 

 
Se, ao voltar, volto da
crase no
a
Se, ao voltar, volto
de,  
crase pra quê?
 

 
Vamos ao tira-teima: 
 
Volto de Brasília. 
Se, ao voltar, volto
de, crase pra quê? 
Vou
a Brasília. 
 
Voltei
da Paraíba. 
Se, ao voltar, volto
da, crase no a
Vou
à Paraíba. 

 
Voltava
da França. 
Se, ao voltar, volto
da, crase no a: 
Ia
à França. 
 

Com crase ou sem crase? 

Na primeira viagem, vou a Lisboa, a Paris e a Viena. Na segunda, a Londres e a Roma dos papas. Na última, a Madri das touradas e a Brasília de JK.
 
 
Cadê o macete? 

Volto de Lisboa, de Paris e de Viena. Volto de Londres e da Roma dos papas. Volto da Madri das touradas e da Brasília de JK. 

 
Volto da = crase no a 
Volto de = crase pra quê?
 

 
Na primeira viagem, vou a Lisboa, a Paris e a Viena. Na segunda, a Londres e à Roma dos papas. Na terceira, à Madri das touradas e à Brasília de JK.  

 
É isso. Palmas pra nós.