O mundo moderno tem novidades pra lá de legais. Entre elas, sobressai a interatividade. A tecnologia dá voz a quem era submetido à mudez. Leitores, num toque de teclas, se tornam autores. Comentam, criticam, aplaudem e, sobretudo, enriquecem a informação. O blogue recebe montões de mensagens. São todos bem-vindos. Hoje, o espaço é deles. Viva! Raul de Araújo Carneiro
Li no jornal de domingo: “Horário de verão inicia em 11 estados e no DF e vai até 17 de fevereiro.” Inicia o quê? A frase certa me parece esta: “Horário de verão inicia-se em 11 estados e no DF e vai até 17 de fevereiro”. Não só. Passei 15 dias na Europa com uma senhora que soltou várias pérolas nesse sentido. A pior: “Fulano? Eu dô muito bem com ele”. * Raul, de uns tempos pra cá, brasileiros decidiram economizar pronomes. Os verbos pronominais, coitados, ficaram no desamparo. Eles são transitivos diretos. Precisam do objeto. Mas, quando sujeito e complemento são a mesma criatura, a mão de vaca fala alto. Vale o exemplo do verbo demitir. Imagine o locutor dizer: “Dilma demitiu”. A informação está incompleta. Demitiu quem? Demitiu o ministro. Ministro é o objeto direto.
Continuemos com o mesmo verbo. O ministro demitiu. Demitiu quem? A si mesmo. O ministro se demitiu. Eu me demiti. Nós nos demitimos. Eles se demitiram. A sua companheira de viagem deve jogar no time dos Tios Patinhas. Ela se dá muito bem com o fulano. Mas brigou com a língua.