Ops! A Câmara deu um jeito de fazer festa com o dinheiro alheio. Estava em pauta a distribuição da riqueza do pré-sal. Por enquanto, o petróleo lá das profundezas não tem dono. Ibsen Pinheiro teve uma ideia. Em vez de olhar para o futuro, que tal mirar o presente? Não deu outra. Apresentou proposta que garfa o dinheiro do orçamento atual do Rio. O governador chorou. Não comoveu ninguém. Então reagiu. Em entrevista, disse: “Nunca na história deste país se violou tanto os direitos de um estado”.
Viu? A língua, que não tem nada a ver com a história, pagou o pato. Sérgio Cabral chutou a concordância. O alvo: a voz passiva sintética. A construção com o pronome se não goza de privilégios. O verbo concorda com o sujeito sem choro nem vela. No caso, o mandachuva é direitos. Sujeito no plural exige verbo no plural. Assim: Nunca na história deste país se violaram tanto os direitos de um estado.
Dica: na dúvida, recorra ao troca-troca. Substitua a passiva com se pela passiva com ser. O plural fica claro: Nunca os direitos de um estado foram tão violados.