Categoria: conjugação verbal
“Vossa excelência foi comunicada pelo senhor Nestor Cerveró sobre uma suposta proposta financeira feita a ele para sua manutenção no cargo?” A pergunta feita ao presidente Temer por Eduardo Cunha bate na língua como o mar furioso bate nos rochedos. São três pancadas: Pronomes de tratamento se escrevem com letra maiúscula: Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Vossa Santidade, Vossa Majestade, Sua Excelência, Sua Senhoria. Emprego do […]
Circula na internet imagem de uma idosa gordinha com a abertura de pernas igual à das bailarinas. Com ela, o texto: “Se o Temer ver isso, acabará de vez com a aposentadoria”. O esbarrão na língua reduziu a graça da piada. O futuro do subjuntivo do verbo ver se forma do pretérito-perfeito do indicativo. A 1ª pessoa da sofisticada forma sai prontinha da 3ª pessoa […]
Se eu me abster? Se eu me abstiver? Na língua, a família está acima de tudo. Abster-se sabe disso. O danadinho é derivado de ter. Um e outro se conjugam do mesmo jeitinho, observadas as regras de acentuação: eu tenho (me abstenho), ele tem (se abstém), nós temos (nos abstemos), eles têm (se abstêm); eu tive (me abstive), ele teve (se absteve), nós tivemos (nos […]
Há verbos e verbos. Uns adoram a família. São os rizotônicos. A sílaba tônica cai sempre no radical. É o caso de cantar, comer e dividir. Outros ignoram a raiz. São os arrizotônicos. A sílaba tônica cai sempre fora do radical. É o caso de adequar. Ele só se conjuga nas formas em que a fortona cai fora do radical. O xis do problema é […]
“O povo cubano quer tomar café da manhã, almoçar e jantar. O regime castrista não dá conta de satisfazer as necessidades básicas da população. Faliu.” Verdade? Pode ser. O indiscutível é isto — falir joga no time dos preguiçosos. Defectivo, só se flexiona nas formas em que aparece o i depois do l (falimos, falis, fali, falia, falira, falirá, faliria). Sabe a razão da manha? […]
“O regime implantado por Fidel continuará vigindo?”, perguntam-se analistas de Europa, França e Bahia. Ops! Olho vivo! “Vigir” não existe. A forma é viger. Intolerante, o dissílabo odeia o a e o o. Por isso, só se conjuga nas formas em que essas vogais não aparecem depois do g. A 1ª pessoa do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do […]
Adeus, Fidel Fidel morreu. A imprensa virou a vida do cubano pelo avesso. No sábado, os noticiários não falavam de outra coisa. No domingo também. Um dos fatos que voltaram à tona foi a aproximação da ilha com os Estados Unidos. O Vaticano entrou nos telejornais. A razão: a diplomacia do pequenino Estado desempenhou papel-chave no processo. O verbo intermediar sobressaiu. Viger lhe fez […]
A Black Friday nasceu nos Estados Unidos. Nós a copiamos. Na sexta-feira o comércio baixa tanto os preços que as pessoas compram tudo de que precisam e não precisam pra aproveitar as ofertas. No Brasil nem sempre ocorre o mesmo. De olho na data, comerciantes aumentam o preço da mercadoria dias antes. Na sexta, reduzem-no. Ou seja, dizem que o reduzem. Na verdade, voltam ao […]
A regência muda. Mas a conjugação se mantém. Perdoar pertence à equipe dos verbos terminados em –oar. É o caso de voar, abençoar & cia.: perdoo (voo, abençoo), perdoa (voa, abençoa), perdoamos (voamos, abençoamos), perdoam (voam, abençoam). E por aí vai. Reforma Reparou? A reforma ortográfica cassou o chapeuzinho que o hiato oo exibia: perdoo, voo, abençoo, coroo.
Donald Trump prometeu erguer um muro para separar os Estados Unidos do vizinho México. A ideia era tão doida que ninguém a levou a sério? Falso. Muitos a levaram. Anunciada a vitória do republicano, turbas saíram às ruas com cartazes. Dois textos sobressaíram. Um: constrói o muro. O outro: construa o muro. Ambas as formas recorrem ao imperativo. O mandão pode mandar e desmandar. O […]