Paulo gosta de navegar na internet. Volta e meia, descobre assuntos interessantes. Um deles foi este texto. Está lá, entre mil outros. Mesmo sem identificação do autor, admirou-lhe a sabedoria. Mandou-o de brinde para os leitores do blogue. Que bom!
Certa manhã, meu pai me convidou para dar um passeio no bosque. Aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e, depois de pequeno silêncio, me perguntou:
— Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
— Estou ouvindo um barulho de carroça.
— Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia.
Indaguei então:
— Como pode saber que a carroça está vazia se ainda não a vimos?
— Ora, respondeu ele. É muito fácil de saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior o barulho que faz.
O tempo passou. Tornei-me adulto. Até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando para intimidar, tratando o próximo com grossura inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é o dono da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz de meu pai dizendo:
— Quanto mais vazia a carroça, mais barulho faz.