O amor é lindo? É. É bom? É. Faz bem? Faz. Se tem tantos atributos, por que foge? Entendidos dão palpites. Vinicius, cobra que nasceu criada, diz que o amor é efêmero, “infinito enquanto dura”. Millôr concorda. “Eterno no amor”, jura ele, “tem o mesmo sentido de permanente no cabelo.”
Vênus, lá do Olimpo, vai às origens. Responsabiliza Cupido. Com os olhos vendados, o garotinho brincalhão atira a seta envenenada. Acerta o alvo errado. Mas, pela lei da probalidade, uma vez ou outra dá uma dentro. É como ganhar na MegaSena.
A vaidosa Exum, cheia de feitiços, põe o dedo na questão. “Há uma barreira entre as flechas e os atingidos.” Qual? “Trata-se do vocabulário”, diagnostica a deusa que conhece as manhas da sedução desde que vivia na África. Existe uma barreira entre o sujeito e o objeto.