Nana Ervilha tem vários amores. Um deles é a língua. Por isso não tolera agressões ao idioma. Uma das pancadas que mais doem é um futuro redundante, desconhecido de gramáticas e estudiosos. Trata-se do irá fazer, irei produzir, irão viajar. “Até telejornais, cujo texto é pra lá de cuidado, caem na esparrela. Que tal uma campanha que chame a atenção para o modismo?”, propõe ela.
Em português existem duas formas para indicar o porvir. Uma: o futuro simples (sairei, sairá, sairemos, sairão). A outra: o futuro composto (vou sair, vai sair, vamos sair, vão sair). Reparou? O auxiliar fica no presente (vou, vai). Na forma intrusa, o auxiliar fica no futuro (irei, irá). Xô!