A morte de Bin Laden pegou todo mundo de surpresa. Depois do casamento real e da beatificação de João Paulo II, ninguém pensava no chefe da Al Qaeda. O homem estava fora de moda. Mas, como diz o outro, não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. Encontraram a criatura depois de uma década de buscas. Não deu outra: tiraram-lhe a vida e lhe atiraram o corpo no mar. “É o fim de um ciclo”, disseram analistas, políticos e comentaristas. Outros falaram que a execução alimentaria o “ciclo vicioso da violência”. Leitores ficaram confusos. É ciclo ou círculo? Depende.
Ciclo é espaço de tempo em que ocorre (e se completa) com regularidade um fenômeno ou um fato. Tem começo, meio e fim. Daí se dizer ciclo do pau-brasil, ciclo da cana-de-açúcar, ciclo do ouro. É o caso da primeira frase.
Círculo vicioso tem outro enredo. Trata-se de impasse, beco sem saída. Na luta para resolver um problema, os resultados possíveis esbarram sempre no mesmo obstáculo. É como o cachorro que corre atrás do rabo. Não sai do lugar. Ciclo, aí, não tem vez. Xô!