Ufa! Chegaram as eleições. Os brasileiros vão às urnas escolher prefeitos e vereadores. Na campanha, uma palavra sobressaiu. É demagogo. Os louquinhos por votos esperneiam. Rejeitam a gentileza. Mas nem sempre foi assim. Quando nasceu, o vocábulo tinha boa reputação. Não ofendia ninguém. Dizia-se demagogo como hoje se diz prefeito, governador ou presidente. O termo não tinha conotação depreciativa.
Com o tempo, a coisa mudou de figura. Demagogo virou palavrão. É o político longo nas promessas e curto no cumprimento. Inescrupuloso, engana pra chuchu. Aproveita as aspirações populares para o próprio bem. Aristóteles o denominava adulador do povo. Nós lhe damos alguns apelidos. Busca-pé é um. Candidato relâmpago, outro. Explica-se. Ele aparece, brilha, faz barulho e some. Vale também copa do mundo. Ou bom filho. O homem volta às bases regularmente.
Bate à porta dos eleitores de quatro em quatro anos. Aperta mãos, dá beijinhos e abraços, pega crianças no colo, come sanduíche de mortadela, toma cafezinhos. Depois, bate asas. O estilo varia aqui e ali. Mas, na essência, não muda. Ele promete. Faz e acontece. Tudo é fácil. Desemprego? Violência? Drogas? As soluções vêm como mágica. Cadê os meios? O gato comeu.