Bienal, Pigmalião e Galateia

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Brasília está em festa. A cidade estendeu tapete vermelho no gramado da Esplanada dos Ministérios. Romancistas, poetas, ensaístas, contadores de histórias passarão por lá. Um Prêmio Nobel dirá presente. Acadêmicos desfilarão a imortalidade. Gente do andar de cima exibirá crachás.

Entre tantas celebridades, uma sobressai. É o público. Sem o vaivém de homens e mulheres, a curiosidade das crianças, o questionamento dos estudantes, a excitação dos bibliófilos, o encantamento meu, teu, de todos, a I Bienal Internacional Brasil do Livro e da Leitura nasceria morta. Sem vida, lembraria a história de Pigmalião e Galateia. Conhece?

Amor da mitologia

Pigmalião era grande escultor. Talentoso, transformava tudo em arte. Nas mãos dele, pedra virava gente. Arame se transformava em leões, elefantes, peixes. Barro se tornava casa, morro, árvore. O homem fazia mágicas. Mas tinha um grande problema. Detestava as mulheres. Achava o corpo delas feio. O andar deselegante. O espirro sem educação. O falar insuportável.

Com tanta intolerância, sofria de solidão. Resolveu, então, esculpir a mulher perfeita. Trabalhou dias e noites. Valeu a pena. A jovem era tão linda, tão linda, que o criador se apaixonou pela criatura. Mas a bela era de marfim. Parecia boneca comprada em loja. Mesmo assim, a paixão crescia. Vênus (a deusa do amor), com pena do artista, deu vida à estátua. E a chamou de Galateia. Ah! Pigmalião e Galateia estão juntos e felizes até hoje.