Berço da palavra 1

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    Márcio Cotrim

Boxe

Ele está no verbo inglês to box. O primeiro significado era bater, mas, com o passar do tempo, foi alterado para bater com os punhos. Nesse esporte olímpico – que só assumiu tal condição nas Olimpíadas de 1920 em Antuérpia, na Bélgica –, a defesa e o ataque são obtidos pelos punhos, devidamente protegidos. O boxe, ou pugilismo, é uma arte marcial cujo berço é o latim púgil, lutador com cestus – conjunto de correias de couro, placas de ferro e chumbo que guarneciam os punhos dos lutadores romanos da Antiguidade, ou em pugillus, punho fechado em forma de soco.

Na verdade, o boxe é uma das modalidades esportivas mais antigas do mundo, sendo praticado desde a Grécia Antiga, onde gozava de prestígio muito grande. Em 1867, o nobre inglês Marquês de Queensberry criou regras a fim de que o boxe se tornasse menos violento e mais equilibrado. Foi quando surgiu a divisão de categorias por peso, limitação no número de assaltos e o uso de luvas.

O boxe no Brasil alcançou o auge na década de 1960 com Eder Jofre, que se consagrou como um dos mais importantes pugilistas do mundo na categoria de peso galo. Em 1976, aos 40 anos, Eder aposentou-se com apenas duas derrotas em 76 lutas.

O belíssimo filme The Quiet Mam, que no Brasil recebeu o título de Depois do Vendaval, conta a emocionante história de um boxeador irlandês que, após provocar a morte de um contendor no ringue, decide recolher-se à sua terra natal, na Irlanda. A película, estrelada por John Wayne e Maureen O’Hara, conseguiu a proeza de aliar a brutalidade do boxe ao lirismo de uma história romântica vivida na plácida ilha irlandesa de Innisfree. Vale a pena assistir a essa obra-prima dirigida pelo mestre John Ford.