Berço da palavra 1

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Márcio Cotrim

Camelô

Camelô é galicismo. Tem berço no francês camelot, vendedor de artigos de pouco valor, algumas vezes substituído por marreteiro, como em São Paulo. Camelô e ambulante são sinônimos, só que o primeiro é  forma popular e o segundo denominação usada na legislação. Os camelôs, cujo patrono informal é Sílvio Santos, magnata da TV brasileira, historicamente se concentram nas regiões de maior trânsito de pedestres. Muito lógico, pois é aí que estão os clientes em potencial.

Agora, um pouco de história. No século 12, indivíduos que exerciam essa atividade em Paris procuravam vender aos transeuntes um tipo de tecido feito com pele de camelo, muito apreciado por ser macio, brilhante e oferecer excelente proteção contra o frio rigoroso nas noites de inverno.

Esse material, importado do norte da África, tinha o nome de khmalat, com o significado de tecido rústico. Como era de difícil pronúncia pelos europeus, acabou ganhando, entre os parisienses, o nome de camelot, que identificava tanto a mercadoria à venda como os vendedores que a ofereciam.

Os camelôs têm sido combatidos porque às vezes vendem produtos contrabandeados, fazem mau uso do espaço público, não pagam impostos, ao contrário dos lojistas licenciados e porque, em alguns casos, roubam água e luz da rede pública para iluminar sua banca. Apesar de tudo isso, são instituição consolidada nas grandes cidades, dão emprego a muita gente e, sobretudo, saciam tantas ilusões baratinhas. . .