Chá das cincoMárcio Cotrim
O chá tem seu berço na China. Consumido como medicamento por volta de 2.700 a.C., foi depois adotado como hábito diário. Hoje, os maiores produtores são o Sri Lanka, antigo Ceilão, e o Japão. A bebida é tão importante que se tornou instituição, como forma de homenagear a beleza do cotidiano.
Já o costume de tomar chá no fim da tarde foi levado para a Inglaterra em 1662 pela filha de D. João IV, Catarina de Bragança, ao casar-se com o rei Carlos II. A corte adotou a tradição. Passou a ser cerimônia formal e cuidadosamente preparada, desde a sala – chamada de Cha-shitsu – até os utensílios e o modo como o chá é servido. Harmonia, simplicidade e tranqüilidade são as palavras-chave dessa quase liturgia.
O hábito assumiu singular importância na Inglaterra com o tradicional chá das cinco. Por volta das 17 horas, as casas de chá ficam lotadas e as pessoas interrompem o que estão fazendo para degustar e apreciar a iguaria, em geral servida com biscoitos, croissants e quitutes diversos.
Mas, independentemente do lado social, o chá possui qualidades medicinais. É rico em vitaminas (A, B, C, K) e em clorofila. Sem calorias, é diurético e ainda estimulante. Uma chávena de chá contém de 60 a 90mg de cafeína. É digestivo e rico em flúor. Agora, um recadinho para as leitoras: funciona também como auxiliar na beleza!
Desde a fundação, a Academia Brasileira de Letras serve , às quintas-feiras, aos imortais e convidados o famoso chá das cinco, acompanhado de empadinhas, brevidades, coxinhas e outras deliciosas guloseimas. Recentemente, sofreu pequena alteração de cardápio a pedido do acadêmico João Ubaldo Ribeiro. Além dos sucos, passou a ser servido, como opção, uísque da melhor qualidade — claro que sem alterar o equilíbrio dos convivas, quase todos setentões. Vida que segue. . .