Post da quarta passada tratou do barracão armado no Senado. Pedro Simon, Renan Calheiros e Fernando Collor protagonizaram o vexame ao vivo e em cores. A fala raivosa do ex-presidente chamou a atenção de gregos e troianos: “Vossa Excelência diz palavras que eu não aceito. Quero que as engula e as ingira. Me trate como sempre lhe tratei”.
O comentário se deteve na regência do verbo tratar. Transitivo direto, ele exige o pronome o (me trate como sempre o tratei). Leitores concordaram com a observação. Mas exigiram outra — a colocação do pronome oblíquo. Na norma culta, é proibido iniciar a frase com o atonozinho. Collor começou o período com “me”. E daí? Ele pisou a gramática?
Não. O rigor das regras vale para a língua escrita. A frase de Collor foi dita. É língua falada. A norma vai pras cucuias.