Autor: Dad Squarisi
“Hillary está a fim de de abandonar a campanha na terça-feira”, disse o Jornal das Dez, da GoboNews. A declaração deixou os telespectadores ouriçados. A agitação não se deveu a razões políticas. Mas lingüísticas. Afim ou a fim? Eis a questão. As duas formas existem. Como os macacos, cada uma fica no seu galho: Afim não se escreve coladinha por acaso. É […]
(Esta coluna circula no caderno Ga,barito do Correio Braziliense, às segundas-feiras.) Eles disseram: “Os mortos não se reconheceriam se pudessem ler seu s necrológios.” Carlos Drummond de Andrade Verbo, o senhor da fala 54 — pôr, ver, reter O maltratado Não há escapatória. Se correr, o bicho pega. Se ficar, o bicho come. Os jornais esnobam o futuro do […]
Oba! Alguém conseguiu furar o bloqueio do blog. É Vinicius. Ao comentar a notinha sobre as manhas das horas, ele sugeriu: “Outra coisa boa de esclarecer é o uso da palavra óculos. Tem gente que não enxerga. `Meu óculos caiu´, dizem. Aiiiiiiiiiiiiii! É plural, gente. É com você, Dad. Explique aí”. Pedido de leitor é ordem. Óculos joga no time de pêsames […]
Lourdes, de Belô, escreve: “Minha mãe anda aflita. A causa da apreensão é o verbo trazer. Ora ela ouve `eu devia ter trago a sombrinha´. Ora, `eu devia ter trazido a sombrinha´. Eu e ela temos a quase certeza de que a segunda opção é a correta, mas, como normalmente ouvimos a primeira , ficamos em dúvida. Pode nos ajudar? Vocês estão certas. O […]
Carlos Santos, de Samambaia, escreve: “Quantas horas é? Quantas horas são? Sempre que pergunto, me bate a dúvida”. Nós somos escravos do tempo, não é? Temos hora pra pegar o ônibus, hora pra chegar ao trabalho, hora pra levar o filho à escola, hora pra isso, hora praquilo. Ufa! É importante, pois, fazer a pergunta como manda o figurinho: que horas são? Viu? Use […]
A febre amarela matou nove pessoas. Elas moravam em Brasília, Minas, Mato Grosso. Exerciam profissões diferentes. Mantinham contas bancárias de peso e tamanho variados. Apesar da diversidade, todas praticaram um ato antes de perder a vida — passaram por Goiás. Ali, o mosquito Aedes aegypti as picou. Infectado, transmitiu a doença. O noticiário trouxe o estado às manchetes. E suscitou dúvidas. Alguns dizem Goiás. […]
Marina Silva deixou o Ministério do Meio Ambiente. Cansada de lutar contra os famintos por crescer a qualquer preço, pediu o boné. Ela perdeu várias batalhas. Entre elas, a dos transgênicos e a das hidrelétricas. A pior: perdeu a defesa da floresta amazônica para Mangabeira Unger. Disseram as más línguas que a ministra foi derrotada pelos madeireiros, loucos pra devastar aquele verdão todo. […]
O assunto do momento? É a falta de alimentos. Mais pessoas passaram a comer. Sem aumento da produção, entrou em cartaz a velha lei da oferta e da procura. E, de carona, a lanterninha do alfabeto. Por que escassez se escreve com z? Porque é substantivo abstrato derivado de adjetivo: Quer exemplos? Ei-los: escasso (escassez), límpido (limpidez), grávido (gravidez), embriagado (embriaguez), sensato […]
A recomendação é de Phil Parker: “Falamos `por favor´ e `obrigado´, as chamadas palavras mágicas. Se você deseja que coisas boas aconteçam, elas precisam ser ditas. Sempre. Em abundância.”
A Câmara aprovou o pacote de segurança. Entre as medidas, duas ganham destaque. Uma: acaba com o 2º julgamento automático pra quem é condenado a pena superior a 20 anos. A outra: tipifica o crime de seqüestro relâmpado. É aí que todo cuidado se impõe. No plural, as duas palavras ganham s: seqüestros relâmpagos.