Autor: Dad Squarisi
Querid Lucinha, atenta observadora da língua, escreve: “Tenho horror a pelonasmos,especialmente qunado são ditos por gente da mídia. `Incêndio provocado propositalmente´ é ou não um pleonasmo? E `sorrir com os lábios´ entra no time das redudndãncias? Pode-se sorrir com os olhos…não sei.” Há incêndios provocados por explosões, por curtos-circuitos, por vazamento de gás. Etc. Etc. Etc. Nem um deles é necessariamente provocado propositalmente. Sorrir com […]
Emir Jacob escreve: “Ouço quase que cotidianamente o Toque de Clássico, da Rádio Guarani de BH, entre o meio-dia e as duas da tarde, e tenho me surpreendido com as locutoras fdizendo: `São meio-dia e quarenta e três minutos´ , `São uma hora e vinte e sete minutos´ . Isso tem me agredido os ouvidos mais do que o exagero em música barroca que eles […]
“Queria dicas para tornar o uso da crase mais fácil. Tenho muitas dúvidas, sobretudo no caso do verbo ir. Pode me ajudar?” Raquel, a crase não foi feita pra humilhar ninguém. Mas dá nó nos miolos. Como desatá-lo? É fácil como andar pra frente. Siga este roteiro: Primeiro passo: desvende o segredo do acentinho Crase é como aliança no anular […]
“Tenho uma dúvida sobre a reforma ortográfica. Trata-se dos ditongos. Que ditongos perderam o acento?” Abra os olhos, Gabriel. Só os ditongos abertos ei e oi perderam o grampinho. Mas ele se foi nas paroxítonas. As oxítonas e os monossílabos tônicos continuam como dantes no quartel de Abrantes. Compare: ideia, assembleia, geleia, joia, boia, apoia, heroico. Mas: papeis, coronéis, herói, constrói, lençóis, […]
“O exagero é a verdade que perdeu a calma.”
Chavão tem sinônimos. Um é lugar-comum. Outro, clichê. Alguns dizem ladainha. Também vale estribilho. Às vezes falatório. Ou bordão. FHC ressuscitou o nhenhenhém. O povo dá-lhe um nome: propaganda eleitoral. Ou discurso de político. Na origem, chavão é chave grande. Também molde de metal. Serve para imprimir figuras e adornos nos bolos e massas. Ou para marcar gado. Tem a ver com repetição. […]
Antes se dizia que alguém “corre risco de vida”. Agora, sem mais nem menos, passou-se a dizer “risco de morte”. Qual a forma correta? Carlos, risco é perigo. Com o acidente, a gente corre perigo de morrer. Não de viver. Daí o risco de morte.
1. “Por que gasolina se escreve com s? Bem que a gente poderia grafá-la com z. O som seria o mesmo, não?”, pergunta Kleber Assis, de Campina Grande. O som seria o mesmo. Mas onde fica a família? Gasolina pertence a respeitável clã. Filha de gás, mantém o s como os irmãos, tios, primos e sobrinhos: gasoso, gaseificado, gasômetro, gasista. 2. “Caju […]
Todos tropeçam. Ninguém sabe ao certo quando é vez do lhe ou do o. Por isso, com esses pronomezinhos, todo o cuidado é pouco. Lhe, o ou a? Depende do verbo. Ele pede objeto direto ou indireto? Lhe é objeto indireto. O, objeto direto masculino. A, objeto direto feminino. Você sabe descobrir o time do verbo? Antes de responder, teste seu conhecimento. […]
Era uma vez… O ursinho era louco por mel. Passava o dia inteiro de colmeia em colmeia. Chegava e comia toda a delícia. Não deixava nem uma provinha. A mãe, preocupada, dizia todos os dias pro filho: — Ursinho, cuidado. Você come todo o mel das abelhas. Um dia elas vão encher você de ferroadas. O animalzinho não deu bola pros avisos. Continuou a esvaziar […]