João Manoel Moreira Aparecida
Ão, ão, ão… É mesmo um chato esse tal de João. Teve de escrever isto depois de ver reportagem na televisão:
Tenho ouvido afiado – e disso não abro mão: Só de ouvir numa frase um erro, me dispara o coração. E quando o erro vem de um repórter de televisão Parece que a coisa fica pior: quero intervenção! O engravatado da telinha, de microfone na mão, Falava sobre plantas e aromas, de líquidos em ebulição. De repente, soltou esta pérola: fazer de tília uma EFUSÃO. Fiquei pasmo ali, sentado, a duvidar de minha audição: Ele falou EFUSÃO, mas o certo seria dizer INFUSÃO. Fiquei pensando se ele sabe os significados de EFUSÃO: Derramamento, processo de separação, manifestação. Ele, como repórter, teria de saber o português, por obrigação. Não dá para confundir infusão com efusão, fazer delas uma fusão. Não apenas ele se confundiu e na tela fez a maior confusão: Ele colocou no ar uma frase doentia, fazendo do erro a difusão. É, estou mesmo velho, não aguento mais essa pressão. Repito que alguém desse meio tem, sim, a obrigação De saber o idioma, de se expressar, não pode ter omissão. Ou isso, ou ele devia mesmo era pedir sua demissão, Mudar de ares, mudar de vida, mudar de profissão. Ou estudar mais, ficar atento, não dizer asneiras de montão.