Uma escrita clara tem de dar o recardo certo Amorim vetou contato com exilados de Cuba nos EUA A gestão do então chanceler do governo Itamar Franco (1992-1994), Celso Amorim, hoje ministro da Defesa, proibiu que a Embaixada do Brasil em Washington mantivesse contato com exilados cubanos e aumentou as grades da embaixada em Havana para impedir invasões. (…) Além disso, expulsou quatro cubanos que invadiram o prédio — dois deles acabaram presos pela polícia do regime. É o que revelam 636 telegramas confidenciais trocados entre o Itamaraty e a Embaixada do Brasil em Havana, obtidos pela Folha após pedido de desclassificação feito ao Itamaraty, e que a partir de hoje são divulgados no Folha Transparência. Procurado pela reportagem no início da semana passada, Amorim informou na tarde de sexta-feira, pela assessoria, que “o Ministério da Defesa não comentará as informações relativas aos documentos em questão”. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/980643-amorim-vetou-contato-com-exilados-de-cuba-nos-eua.shtml
Comentário Esse artigo foi publicado na edição on-line de 25 de setembro da Folha de São Paulo. Sua primeira frase, conquanto se estenda por dezenas de palavras, não consegue dar um recado claro. Deixa, assim, um quê de ambiguidade do ar. Um leitor desatento poderia até entender que Celso Amorim foi o único chanceler do governo Itamar Franco, de 1992 a 1994. Não foi assim. Sem contar a passagem efêmera de um ocupante interino, a pasta das Relações Exteriores teve dois ministros no governo Itamar Franco: primeiro, FHC; em seguida, Amorim. Os fatos descritos no artigo, esses sim, se produziram durante a gestão do ministro Amorim.