“Pra mim chega”, decidiu o papa. Missão cumprida, Bento XVI sai de cena. Amanhã se recolhe a cela de convento no Vaticano. Vai rezar. Rezar muito. Enquanto ele conversa com Deus, os cardeais conversam entre si. Preparam-se para eleger o substituto do representante do Senhor na Terra. Que responsabilidade!
O encontro dos prelados que se reúnem para escolher o sucessor de São Pedro tem nome. É conclave. A palavra nasceu latina. Na língua dos Césares, designava parte da casa fechada a chave. Podia ser quarto, sala, biblioteca. No português nosso de todos os dias, o significado se mantém. E avançou.
Por extensão, nomeia a dependência do Vaticano que reúne Suas Eminências. Também seminário, encontro, reunião secreta. Em suma: a palavra caiu na boca do povo. Como diz o outro, a língua não é só viva. É vivíssima. Filho de peixe
Sabia? Conchavo pertence à família de conclave. O filhote dá nome a acordos feitos em recintos fechados. Não importa que, depois, sejam escancarados, discutidos em público. Os conchavos políticos servem de exemplo, não?