A volta do mito

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    Mito tem muitos significados. Um deles fala de personagens fantásticos. Eles não são necessariamente invenções. Mas, capazes de ultrapassar os limites humanos, parecem criaturas sobrenaturais. Pelé é mito do futebol. Michael Phelps, da natação. Fernanda Montenegro, do teatro. JK, da política. Gandhy, da não violência.
  Michael Schumacher é também um mito. Senhor das pistas, ostenta recorde inédito. Conquistou sete vezes o título mundial de Fórmula 1. Depois da glória, aposentou-se. Mas não pendurou o capacete. Tornou-se consultor da Ferrari. Com o acidente de Felipe Massa, a escuderia vermelha ficou sem um dos pilotos. Mas não deixou a peteca cair. Convocou o heptacampeão.
O mundo esportivo se alvoroçou. O alemão vai continuar a abocanhar campeonatos? Se depender do entusiasmo dele e da equipe, a resposta é sim. Novas conquistas significam novos desafios. Não para os atletas. Mas para os falantes do português nosso de todos os dias. Que nome se dá ao oito vezes campeão?
  O duas vezes campeão é bicampeão. O três vezes, tricampeão. O quatro vezes, tetracampeão. O cinco vezes, pentacampeão. O seis vezes, hexacampeão. O sete vezes, heptacampeão. O oito vezes, octocampeão. O nove vezes, eneacampeão. O dez vezes? É decacampeão.  
 

Dica ortográfica
Os prefixos multiplicadores obedecem às regras de ouro do hífen. Pedem o tracinho quando seguidos de h ou de duas letras iguais. É o caso de hepta-histórico, hepta-atleta.