Era uma vez…
A raposa saltava de um arbusto para outro. Estava tão feliz no vai-e-vem que se descuidou. Pisou em falso e quase caiu. Pra não despencar, se agarrou num espinho:
— Ai, que dor!, gemeu ela.
Depois, brigou com o espinho:
— Eu me segurei em você pra você me ajudar. Mas você me feriu. Olhe o sangue que escorre da minha cara.
O espinho nem se comoveu. Olhou pra chorona e explicou:
— A culpa é sua. Você sabe muito bem que espinho machuca. Por que você não se machucaria?
*
Cacá andava louco pra enfiar a mão no formigueiro. A mãe lhe disse que era perigoso. As formigas picam. O garoto não deu bola. Quando a mãe se descuidou, lá foi ele. Enfiou a mão na terra fofa da casa das formigas:
— Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!, gritou o teimoso.
A mão ardia e inchou rapidinho. Ele chora até hoje.
*
Moral da história: respeite a natureza de cada um. Cada criatura é o que é.
(Coluna publicada no suplemento infantil Super, que circula aos sábados no Correio Braziliense)