A raposa e a cobra — a inveja

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Era uma vez…

Uma cobra dormia debaixo de uma árvore. Era linda. Elegante e colorida, espichava-se na grama. Assim alongada, parecia medir muitos metros.
Distraída, uma raposa passou por ali. Quando viu o réptil, morreu de inveja. Esqueceu que também era linda. Tinha o pêlo macio e o rabo peludo. Quis porque quis ficar do tamanho da cobra.

Teve, então, uma idéia. Deitou-se ao lado da compridona e se esticou, se esticoooou, se esticooooooooooooooooou. Fez tanto esforço que…pum! Explodiu. Igualzinha a um balão de aniversário.

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Você banca a raposa de vez em quando? Muita gente banca. Vale o exemplo da menina que tem lindos cabelos crespos. Ela vê a amiguinha com os cabelos lisinhos, lisinhos. Não pensa duas vezes. Alisa os cachinhos. Fica esquisita. Parece que não é ela. Aí, só há um jeito: esperar os cabelos voltarem ao normal.

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Moral da história: Você é você. O outro é o outro. Querer trocar os papéis é bobeira.

(Coluna publicada no suplemento Super, que circula aos sábados no Correio Braziliense)