E daí?
Escolheu a a e a c? Acertou. O artigo indesejado não pega você pelo pé. Preferiu outra letra? Bobeou. Leia a liçãozinha a seguir para descobrir por quê. Sem vez
A discussão surgiu no cursinho para concursos. Os colegas comentavam a prova de redação. Opiniões não faltavam. Uns acharam que os textos dados não tinham nenhuma relação com o tema. Por isso só atrapalharam. Outros discordavam. Consideraram-nos muito úteis.
— Ao meu ver, disse um, o problema era saber desenvolver o tema.
— Ao meu ver?, estranharam alguns. Não mesmo. A forma é a meu ver.
A discussão pegou fogo. A turma se dividiu. Fez uma aposta. Quem perdesse pagaria o lanche. Onde buscar a resposta? Foram todos ao dicionário. Lá estava, escancarado no Aurélio: A meu ver, Pedro não tem razão.
Na hora da dolorosa, ouviram-se gemidos. Pudera. O bolso é a parte mais sensível do corpo. Como dói! Invejosos
Outras expressões seguem a receita do ‘a meu ver’. Formadas por pronome possessivo, mandam o artigo plantar batata na esquina. É o caso de a meu pedido, a meu modo, a meu bel-prazer: Fez o trabalho a meu pedido. Segui o roteiro a meu gosto.
Abra o olho! A pessoa pode mudar. Volta e meia, o eu dá passagem a outros pronomes. Mas o artigo continua sem vez: Viajou a seu pedido. Cada um leva a vida a seu modo. A seu ver, nada pode ser feito.
Teste Está pra lá de certa a frase: a. A seu ver, Paulo poderia ter tirado nota mais alta no vestibular. b. Ao seu ver, Paulo poderia ter tirado nota mais alta no vestibular.
A resposta? É a a, claro.