Quando se deve repetir a preposição? O xis da resposta: saber se os termos constituem conjunto contemporâneo ou conjunto separado. Complicado? Sem dúvida. Mas os exemplos ajudam a jogar luz na escuridão. Quer ver?
Conversei com o professor e deputado.
A preposição (com) aparece só diante do primeiro nome. Significa que conversei com uma pessoa a um só tempo professo e deputado. Se não for isso, repete-se a preposição: Conversei com o professor e com o deputado.
O repeteco do com deixa claro: são duas pessoas – um professor e um deputado.
Mais exemplos:
Com repeteco (conjuntos separados): Viaja por terra e por mar. (A repetição é obrigatória. Não há jeito de viajar, ao mesmo tempo, por terra e por mar.) Nomes derivados de substantivos e de verbos (de uns ou de outros). Viver na cidade e no campo (um de cada vez).
Sem repeteco (conjunto uno e contemporâneo): Flexão verbal de modo, tempo, pessoa e número. Viver a pão e água. Comida com sal e pimenta. Deveu a vida à clemência e magnanimidade do vencedor.
Trapaças
A língua é cheia de trapaças. Com as preposições a e por, cessa tudo que a musa antiga canta. Repita a preposição sempre que repetir o artigo (mesmo se o conjunto for uno e contemporâneo): Opôs-se aos planos e aos desígnios do candidato (nunca diga: aos planos e os desígnios). Sócrates distinguiu-se pela modéstia e pela sabedoria (jamais escreva pela modéstia e a sabedoria).
Ruim? Você tem saída. Não repita o artigo. Aí, não precisa repetir a preposição: Opôs-se aos planos e desígnios do candidato. Sócrates distingiu-se pela modéstia e sabedoria.