Quanto Aquiles nasceu, Tétis, a mãe, quis torná-lo imortal. Como? Mergulhou-o na água do Estige, o rio dos infernos. Com o banho, o garoto se tornou criatura pra lá de especial. Ficou com o corpo fechado. Não sentia dor e nenhuma arma o atingia. Podia levar tiro, punhalada, facada… não estava nem aí. Mas… Pra não afogar o filho, a mãezona o segurou pelo calcanhar, que, sem se molhar, virou o ponto fraco do garotinho.
Um dia, Tétis visitou um adivinho. Ele lhe disse que Aquiles morreria na Guerra de Troia. Ela disfarçou o filho de mulher e levou-o pra outra cidade. Não adiantou. Quando cresceu, o rapaz revelou pra amada que era homem. A notícia se espalhou. Não deu outra. Convocado pra guerra, o super-homem tornou-se herói. Mas, no meio de uma batalha, Páris atirou uma flecha nele. A flecha lhe atingiu o calcanhar. Ele morreu — mas continua presente entre nós. É que todos têm seu calcanhar de aquiles.