A águia e a coruja ¿ o troco

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Era uma vez…
Uma águia poderosa estava no alto da árvore. Lá de cima, olhava a bicharada de baixo. Viu uma coruja. Achou a criatura feia e esquisita. Resolveu, então, provocar o animal que estava quieto, sem incomodar ninguém:

— Quem é você? Como se chama?

— Sou a coruja.

— Como você é ridícula! Só tem olhos e penas. Será que sua voz é bonita? Fale. Quero ouvir. Se a voz for tão feia quanto a cara, vou tapar os ouvidos.
A águia não queria ouvir nada. Queria, mesmo, comer a outra. Por isso, enquanto fazia provocações, ia chegando perto da criaturinha assustada. Quando estava encostando na bichinha, ops! As asas ficaram presas à árvore. Quanto mais lutava, mais presa ficava.

A coruja, sabida, disse:

— Águia, você caiu na armadilha do fazendeiro. Daqui a pouco ele chega e pega você. Seu futuro é triste. Ele vai prender você numa gaiola pra nunca mais você comer os carneiros dele. Que coisa, hein? Você, que passa a vida toda no céu, voando livremente, precisava vir aqui me provocar?
*
Sabia? Na vida muita gente se comporta como a águia. Você conhece alguém? Eu conheço vários. Um deles é Carlos. Ele é faixa preta do judô. Mas adora gozar dos principiantes. Outro dia, encontrou Juca, que estava na primeira aula. Disse que o Juca nunca ia aprender a atacar e se defender. Fez uma posição de luta, mas não viu uma escultura que estava por perto. O que aconteceu? Ele tropeçou, quebrou a perna e ficou for a da competição. Bem-feito!
*
Moral da história: O forte nem sempre ganha.   Fábula publicada no suplemento infantil Super, que circula aos sábados no Correio Braziliense)