Algoritmo para a escolha, consumo e compra de vinho
Quem usa direto a internet já deve ter passado pela experiência de se sentir perseguido por algum assunto ou pela oferta de um determinado produto. O que pega é que são sempre sobre temas do nosso interesse. Como é que pode? É o tal do algoritmo, uma ferramenta que processa e organiza rapidamente grandes volumes de informações, oferecendo respostas mais individualizadas que em uma pesquisa mais ampla.
Quando se fala de internet tudo parece que foi inventado agora. Mas no século III a.C, Euclides de Alexandria, já criava o seu famoso algoritmo. Já o primeiro algoritmo conhecido na área da computação foi criado em 1843 por Ada Lovelace, após conhecer e estudar o projeto de Charles Babbage para construir um “computador” mecânico.
Mas os algoritmos estão presentes na nossa vida em várias áreas, algumas bem prosaicas, como no processo de uma simples receita de bolo. Podemos definir um algoritmo como sendo uma sequência de instruções, regras ou operações que tem como objetivo resolver um problema ou realizar uma tarefa.
E qual seria o algoritmo para a escolha, consumo e compra de vinho? O segredo vai estar em seguir uma lógica baseada em preferências pessoais, ocasião e orçamento.
Vamos resolver esta questão seguindo a lógica da apresentação de uma receita de bolo, listando os ingredientes, o “modo de preparo”, a ocasião e orçamento.
RECEITA PARA ESCOLHER O VINHO PERFEITO
Ingredientes:
- uma escolha de vinho (conhecido ou a descobrir)
- uma definição da ocasião (especial ou um dia comum)
- um orçamento definido
- um perfil de sabor desejado
- uma dose de pesquisa e comparação
Modo de Preparo:
Definir o tipo de vinho
Já tem um tipo de vinho preferido (tinto, branco, rosé, espumante ou fortificado)? Sabe a intensidade do sabor desejado (leve, médio, encorpado) assim como o nível de doçura (seco, meio-seco, doce)? Então siga com ele.
Caso não tenha ainda definido a sua escolha, procure as regrinhas básicas de harmonização, lembrando de levar em conta os métodos de cocção, molhos e acompanhamentos.
Considerar a ocasião
Jantar romântico → Escolher um tinto suave ou espumante elegante (nada de vinho pobrinho!).
Festa → Ir de espumante ou vinho branco leve, juntamente com um tinto leve.
Presente → Optar por uma marca reconhecida com boas avaliações dentro do perfil do presenteado.
Casual → Escolher vinhos fáceis de beber e acessíveis.
Filtrar por orçamento
Orçamento baixo → Preferir vinhos nacionais com bom custo-benefício.
Orçamento médio → Explorar as regiões nacionais e as clássicas como Douro, Alentejo, Rioja e Toscana.
Sem limite → Investir em Bordeaux, Borgonha, Brunello di Montalcino e nacionais de alta gama.
Filtrar por nível de doçura (seco, meio-seco, doce)
Definir o perfil de sabor desejado
VINHOS BRANCOS LEVES → refrescantes, delicados e fáceis de beber, geralmente possuem acidez vibrante que refresca o paladar, baixo teor alcoólico e notas frutadas ou florais. Aromas cítricos, florais e de frutas verdes. Pouco ou nenhum envelhecimento em barrica, preservando a leveza
VINHOS BRANCOS MÉDIOS → mais encorpados que um branco leve, mas sem a intensidade dos vinhos brancos barricados. Com aromas de frutas tropicais, cítricos e notas florais, são equilibrados e versáteis apresentando boa acidez, notas frutadas e alguma estrutura.
VINHOS BRANCOS ENCORPADOS → boa acidez, textura cremosa, estrutura mais robusta e boa complexidade aromática com notas de frutas maduras, mel, especiarias e baunilha. Normalmente passam por fermentação ou envelhecimento em barricas de carvalho, ganhando notas amanteigadas e de baunilha.
VINHOS ROSÉS LEVES → refrescantes, delicados e versáteis, com frutas vermelhas, notas florais e acidez equilibrada. São mais clarinhos no estilo dos rosés da Provence, França.
VINHOS ROSÉS MÉDIOS → Equilíbrio entre leveza e estrutura. Possuem mais estrutura e intensidade de sabor, sem perder a frescura e versatilidade. Boa acidez, equilibrando frescura e intensidade, aromas florais e de frutados de morango, framboesa e cereja.
VINHOS ROSÉS ENCORPADOS → Intensidade e complexidade, boa acidez, com maior presença no paladar e aromas mais complexos. Possuem mais corpo, notas de especiarias, frutas vermelhas maduras e ervas secas. Algumas versões passam por barricas de carvalho, adquirindo toques amanteigados e de baunilha.
VINHOS TINTOS LEVES → Com boa acidez, suavidade, frescura e taninos delicados, tornando-os elegantes, versáteis e fáceis de beber. Aromas frutados (morango, cereja, framboesa) e notas florais. Pouco ou nenhum envelhecimento em barricas de madeira.
VINHOS TINTOS MÉDIOS → Possuem equilíbrio entre corpo médio e suavidade, com taninos moderados, boa acidez, versáteis para harmonização com diversos pratos. Aromas de frutas vermelhas e negras, com notas terrosas ou de especiarias. Alguns rótulos podem passar por barricas de madeira, conferindo mais complexidade
VINHOS TINTOS ENCORPADOS → Potência e complexidade. Possuem corpo denso, boa acidez, intensidade de sabor, taninos firmes e estrutura robusta. Aromas de frutas negras maduras, especiarias e notas tostadas. Quando passam por barricas de carvalho adquirem complexidade com notas de baunilha, especiarias e defumado.
ESPUMANTES → se enquadram nas definições acima.
Realizar a compra
Pesquisa é essencial
- Comparar preços entre lojas físicas e online.
- Verificar avaliações e notas de especialistas e publicações especializadas.
- Consultar o Sommelier da loja.
- Conferir a safra e a região de origem antes de decidir.
Juntar todos os ingredientes
- Utilize as taças mais adequadas para servir cada tipo de vinho.
- Pesquise sobre a temperatura ideal para melhor apreciar o vinho.
Agora, é só servir e desfrutar!