QUAL É A SUA HISTÓRIA SOBRE A COMIDA AFETIVA? – X – responde Marly Rezende Cruz

Publicado em comidas afetivas

Qual é a sua história sobre comida afetiva? Aqueles pratos da sua infância que vinham da cozinha da sua mãe ou da sua avó. Pratos que são mais do que simples alimentos, que representam gestos de carinho, envolvem emoções, memórias e trazem um senso de pertencimento.

Qual é a sua “Madeleine de Proust”? Aquele sabor ou cheiro que o transporta para o passado, evocando memórias profundas e, muitas vezes, inesperadas.

A Marly é aposentada da EMBRAPA e agora produz pães de fermentação natural, tanto para consumo familiar, como para um presente carinhoso aos amigos. Em breve oferecerá um novo curso do sourdough ou levain .

“Que legal isso das memórias afetivas com comida! Você volta lá no tempo de quando era criança. Tenho uma memória afetiva assim de comer galinha caipira com pequi, esse era o prato típico lá de casa.  A galinha era comprada viva e abatida em casa mesmo.

Agora já com as minhas duas crianças, quando eles eram pequenas, eu ia fazer panquecas e ficava com preguiça de enrolar todas, então eu fazia a “Panqueca de 12”. Chamava assim porque fazia uma panqueca de carne moída ao molho de tomates e colocava num prato, aí fazia outra só da massa e colocava no monte, e ia alternando assim até ficar um bolo com 12 camadas de panquecas. E as crianças ficavam do lado contando, sempre tinha de ter as 12 camadas, nem mais e nunca menos. Acho que poderíamos chamar de “Bolo de Panquecas”. Era muito engraçado e muito bom.

Saudades da minha mãe.  Só lembranças boas. Como a barra de doce de leite que ela comprava na feira. Quando chegava em casa tinha 6 bocas nervosas, as das 6 filhas, esperando esse doce. De vez em quando, uma ou outra, ia lá escondida e dava uma mordida na barra de doce, deixando a marca dos dentinhos. Minha mãe então, para descobrir quem tinha sido, chamava uma a uma, nos mandava abrir a boca e comparava os dentinhos com a marca da mordida no doce.

Nas tardes de domingo, tinha o pãozinho de queijo servido com cafezinho. Acho que voltei à infância. Já estou falando muito, mas era bão D+.”

 

Receita de panqueca

  • 2 ovos
  • 2 xícaras de farinha de trigo
  • 2 xícaras de leite
  • 2colheres de sopa de óleo
  • Queijo Minas ralado
  • 1 pitada de sal
  1. Bata tudo no liquidificador para obter uma consistência cremosa
  2. Deixe descansar na geladeira por 30 minutos
  3. Aqueça uma frigideira com óleo, e despeje uma concha de massa.
  4. Faça movimentos circulares para a massa espalhar.
  5. Quando a massa soltar da do fundo, vire e deixe dourar do outro lado.
  6. Coloque a panqueca o disco de panqueca em um prato, coloque o recheio de carne moída ao molho de tomate e um pouco de queijo ralado.
  7. Vá alternando as camadas, massa, carne moída, queijo ralado.
  8. Na última camada coloque carne moída com molho de tomate e queijo.
  9. Fica em formato de bolo.
  • Corte em fatias e sirva.

Eu desprezo a primeira panqueca porque sempre prega no fundo.

A segunda a minha filha Camilinha comia.

Dava 12 discos.

Eles ficavam contando.

DICA DO SOMMELIER: para a harmonização iremos considerar o ingrediente com o sabor mais intenso, a carne moída ao molho de tomate, sugiro um vinho de peso médio, como um Merlot, que tenha uma boa acidez para equilibrar com o molho de tomate.

Galinha caipira

  • 1 galinha caipira cortada em pedaços.
  • 10 dentes de alho cortados em lâminas.
  • 1 xícara de óleo
  • Esquente o óleo, frite o alho.
  • Coloque o frango e deixe fritar até ficar bem moreninho. Vá pingando água quando pregar na panela.
  • Quando estiver bem frito, bem moreno, escorra o excesso de óleo e coloque água quente, sal, pimenta a gosto.
  • Deixe cozinhar até ficar bem macia.
  • Pique cebola e salsinha bem fininha e coloque por cima sem mexer deixe ferver mais um pouquinho e sirva.

DICA DO SOMMELIER: podemos considerar a galinha caipira como carne de caça, com uma textura maior. Gosto de pensar em um Syrah.

Pequi ao molho.

  • Esquente o óleo frite o alho em lâminas e coloque o pequi lavado.
  • Deixe fritar o pequi um pouquinho, (não pode queimar)
  • Acrescente água quente, sal e deixe ferver até cozinhar e engrossar o caldo.

Delícia! Sou goiana sô!!

DICA DO SOMMELIER: pequi é muito intenso, iria por um Sauvignon Blanc, jovem e com boa acidez. Aqui no nosso quadradinho temos bons rótulos de vinícolas locais, seria um bom exemplo de harmonização regional.

Macarronada de Goiânia.

  • Cozinhar macarrão ao dente com sal.
  • Fazer um olho de carne moída com tomates, acrescentar azeitonas.
  • Escorrer o macarrão, colocar na travessa cobrir com molho de carne moída e queijo mineiro ralado.

 

Já ouviu falar em Bate, Bate (Paco, Paco)?

  • Bater a clara em neve até ficar bem firme.
  • Coloca a gema e bate bastante, até o amarelo ficar bem clarinho.
  • Acrescentar o açúcar e bater mais até ficar um creme
  • Adicionar a farinha. Isso mesmo, farinha de mandioca!

Coisa de infância. Adorava!

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