O vinho tem muita história nas Olimpíadas – VII   Uma maratona entre os aditivados e os caretas

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Vamos trazer aqui algumas curiosidades acerca da relação entre o vinho e as olimpíadas.

 

O vinho tem muita história nas Olimpíadas – VII  

Uma maratona entre os aditivados e os caretas

 

O Olímpiada de 1908 foi realizada em Londres, originalmente seria em Roma, mas devido a uma erupção do vulcão Vesúvio a Itália desistiu da sua realização. Foi talvez a maratona em que mais corredores foram estimulados com o famoso coquetel de conhaque com estricnina ou com champanhe. Um caso típico de memória curta, afinal na Olimpíada anterior, em 1904, o vencedor quase que morreu com este blend de 40km de corrida mais o coquetel venenoso.

Não estranhem a minha informação de que até 1904 a maratona tinha 40km de percurso, foi em Londres que a distância de 42,195 km foi estabelecida. O motivo da alteração foi bem inglês, estes 2,195 km a mais permitiram que a largada da prova fosse em frente ao Palácio de Windsor, para possibilitar que o rei Eduardo VII, filhos, netos e convidados pudessen assistir de lá da sua janelinha. A partir de 1921 esta distância passou a ser a oficial da prova.

E foi dada a largada! Aparentemente era uma competição entre 3 grupos distintos, os aditivados da turma do coquetel de conhaque com estricnina e da turma do champanhe, e os demais, os caretas.

O grande favorito era um canadense, mas ele estava sentindo muito calor e passou a tomar champanhe para resolver o problema. Dizem que ficou bêbado, desmaiou e desistiu de correr.

Vamos já para perto da final. O corredor sul-africano já estava com a vitória quase que assegurada quando, lá pelo quilômetro 38, resolveu aceitar uma taça de champanhe. O espumante devia estar batizado, pois logo começou a sentir fortes dores abdominais e perdeu a liderança.

E o sul-africano foi ultrapassado pelo italiano Dorando Pietri, que também não estava lá muito bem das pernas. Foi caindo e levantando. Errou a direção da linha de chegada. E sempre tomando champanhe. Quando faltavam 10 metros desabou. Os juízes da prova foram lá e o levantaram e praticamente o carregaram até ultrapassar a linha de chegada fazendo com que finalmente chegasse em primeiro lugar. Sua vantagem foi que os demais corredores caíram mais do que ele. Em tempo, os aditivados ocuparam as quatro primeiras colocações.

Não é brincadeira, o italiano vitorioso cruzou a linha de chegada com uma rolha de champanhe na mão. Fim?

Não! A delegação dos EUA protestou contra esta ajuda final e o italiano acabou desclassificado e o americano John J. Hayes foi declarado o ganhador. Restou ao italiano, devido ao seu drama, entrar para a história do atletismo da Itália, onde recebeu muitas homenagens.

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