Câmara deve deixar regulação do Uber para o Executivo

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A Câmara Legislativa do Distrito Federal deve retirar as emendas polêmicas em relação ao Uber – como, por exemplo, a que limita o número de motoristas da plataforma no Distrito Federal de acordo com o número de taxistas. A expectativa é a de que nesta tarde de terça-feira (28/6) seja votada a emenda do deputado Wellington Luiz (PMDB), que coloca para o governo do Distrito Federal (GDF) a obrigação de regulamentar o serviço – as exigências,  quem pode oferecer, quantos motoristas poderão circular e como será a cobrança de tributos. A emenda já passou pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF). A emenda precisa passar ainda pela Comissão de Defesa do Consumidor e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A emenda dá um prazo de 90 dias para o Executivo fazer a regulamentação. Ao Legislativo, caberá a fiscalização e o acompanhamento do controle do serviço. De acordo com o deputado Agaciel Maia (PR), presidente da CEOF, a Casa entende que o Executivo terá mais ferramentas para fazer a regulamentação do serviço. “Nós não conseguimos, por exemplo, a quantidade de motoristas de Uber em Brasília. Pedimos à empresa e nada. De repente, com o Executivo, eles consigam”, avalia. “Mais de ano que o governo não arrecada impostos, isso não pode”, complementa.

“A gente vai tentar hoje é criar um consenso permitindo o uso dos aplicativos sem prejudicar a população. Se a gente não conseguir um consenso, a gente pode deixar a votação para agosto”, afirmou, antes da sessão, a deputada Celina Leão, presidente da Casa. Mas a postura de Celina é para aprovar o projeto antes do recesso. “Queremos uma terceira via consensual para que todos os colegas saiam do projeto com as suas contribuições para o Distrito Federal”.

Dessa forma, o Legislativo passa a bola para o GDF.

Uber pede ajuda de usuários para barrar limitação de carros

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Os usuários do Uber receberam via e-mail um pedido para assinar uma petição on-line a favor do Uber. A empresa pede o fim das emendas do Projeto de Lei 777/2015 que limitam o número de carros e motoristas na plataforma. Segundo o comunicado, o cliente “perde com menos oferta de carros, maior tempo de espera e preços mais altos”.

A votação deve ocorrer na tarde desta terça-feira (28/6) na Câmara Legislativa às 15h.

Em Brasília, há cerca de 5 mil pessoas dirigindo para o Uber, sendo 1,5 mil no Uber Black e 3,5 mil na modalidade X.

Câmara Legislativa cria frente parlamentar para tentar amenizar crise no varejo local

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Na tentativa de amenizar a crise que o comércio vive no Distrito Federal, a Câmara Legislativa instaurou uma Frente Parlamentar em Defesa do Comércio Varejista na tarde desta segunda-feira (27/6). A ação ocorre após um ano e meio do início dos mandatos dos distritais e como consequência de uma forte pressão dos sindicatos dos empresários, em especial, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF).

A ideia da frente é que a Casa Legislativa se sensibilize com os indicadores negativos do varejo local – 3,2 mil lojas fechadas e 15 mil postos de trabalho a menos do que no mesmo período do ano passado. Durante o evento de lançamento, representantes do setor reclamaram da dificuldade em conseguir documentos oficiais, como o Habite-se e alvarás de funcionamento. “No DF, o inimigo não é a crise econômica, mas sim, a burocracia”, disse Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF). “As exigências do DF são muitas e não seguem um padrão, por exemplo, se vou abrir um comércio no Plano Piloto, ou no Lago Sul, ou em Taguatinga, cada região pede documentos diferentes”.

O discurso foi engrossado por outros representantes do segmento, por parlamentares e por Joe Valle, secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. “Eu sou empresário e a gente costuma dizer que, se o governo não atrapalhar, já está bom. Mas a questão é que o governo está atrapalhando. Temos que trabalhar pela efetividade da frente parlamentar”.

Embora no ano passado tenha sido criada uma frente parlamentar pelo setor produtivo, para Edson de Castro, presidente do Sindivarejista-DF, era preciso um trabalho mais específico com o comércio. “Pouca coisa andou desde a criação da frente parlamentar pelo setor produtivo. Percebemos que ela estava mais voltada para grandes empresas, como construção civil, e 96% dos estabelecimentos de comércio são pequenos. Por isso, precisamos de políticas efetivas para esse grupo”, afirmou.

Para Antônio Valdir de Oliveira, superintendente do Sebrae-DF, a frente parlamentar é uma tentativa de diálogo com o setor. “Todo diálogo é bem vindo. Para nós, o governo precisa investir em desburocratizar, em crédito e nas compras governamentais”. A deputada Sandra Faraj (SD), presidente da frente, ressaltou a importância do comércio na economia local e disse que vai trabalhar com projetos de lei que viabilizem o bom desenvolvimento do varejo local. “A frente será um canal de comunicação entre o setor produtivo, o Executivo e o Legislativo, no combate à burocracia. É um absurdo que uma loja feche ou que nem chegue a abrir porque não consegue uma licença ou um alvará”.

 

Por problema nos freios, Suzuki comunica recall de veículos modelo Swift Sport

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A Suzuki vai começar, a partir do próximo dia 11 de julho, o recall de veículos modelo Swift Sport fabricados entre setembro de 2014 e dezembro de 2015. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27/6) pela montadora. O motivo do chamamento é a substituição das pinças dos freios traseiros. A fabricante informou que há possibilidade de falha na vedação das pinças do sistema de freio traseiro, o que pode ocasionar vazamento de fluido de freio e perda da capacidade de frenagem do veículo, com risco de acidentes e danos graves e fatais aos ocupantes dos veículos.

Os proprietários dos carros numeração de chassis (não sequenciais) finais de 300004 a 300325 devem agendar a substituição das peças em concessionárias da marca.

Para mais informações, a Suzuki disponibiliza o telefone 0800 770 3380, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e o site.

 

Executivo acelera processo de parcerias público-privadas

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As parcerias público-privadas (PPP) começam a tomar forma. Foi publicado ontem no Diário Oficial do Distrito Federal o último passo antes da licitação para o Centro de Convenções, com isso, em menos de dois meses o edital estará pronto. O governo divulgou também a abertura de escolha das empresas para elaboração do projeto da polêmica TransBrasília. Na próxima sexta-feira será publicado o pedido de manifestação de interesse das empresas para a iluminação pública. A pressa de tirar as PPPs do papel tem sido prioridade no governo Rollemberg, uma vez que estas podem ser a saída para capitalizar o Estado com dificuldade de arrecadação e dar finalidade a equipamentos públicos caros e ociosos.

Hoje a Secretaria de Fazenda envia o projeto do Centro de Convenções para o Tribunal de Contas do DF. A Corte tem 45 dias para dar o parecer. Com essa apreciação, o edital da PPP pode ser publicado para a escolha da concessionária que vai administrar pelos próximos 30 anos o espaço. Administradoras de locais como Rio Centro, no Rio de Janeiro, e do Centro de Convenções de Goiânia demonstraram interesse pela operação.

Para tentar adiantar o processo e deixar as PPPs mais atrativas, o governo tem flexibilizado regras iniciais para o empresariado interessado nos projetos. No caso do Centro de Convenções, por exemplo, o Executivo desobrigou as empresas da construção de um restaurante e de um estacionamento. Dessa forma, o investimento inicial previsto de R$ 79 milhões cairá para um valor entre R$ 20 milhões e R$ 22 milhões. Em compensação, o concessionário deve manter revitalizada a área do Clube do Choro e da Praça dos Namorados. “Não entendemos como um recuo. Não estamos reduzindo a ação, mas sim, adequando à realidade. Por isso foram feitas as audiências públicas. Não adianta colocarmos um conjunto de obrigações que deixem a PPP pouco atrativa”, explica Rossini Dias, subsecretário de Parcerias Público-Privadas, da Secretaria de Fazenda.

Outra demonstração da pressa de tirar as PPPs do papel foi a publicação do edital para a escolha da empresa que fará o projeto da Transbrasília. Polêmica iniciativa do governo Arruda visa integrar o Plano Piloto e Samambaia, passando por cidades como Águas Claras e Guará. São 26 quilômetros de via, sendo que em 22 desses têm uma linha de transmissão de Furnas. A principal crítica de ambientalistas e urbanistas está em torno do Parque Linear, que pode ser cortado pela pista. Ou seja, trata-se de um projeto com poucas diretrizes definitivas, muitos atores envolvidos e que ainda só tem o esboço de como será.

No modelo de concessão imaginado pelo governo, a empresa terá que aterrar os fios elétricos, construir a vida e urbanizar o local. Cálculo preliminar da Fazenda estima que o concessionário terá que fazer um investimento mínimo de R$ 2 bilhões. Em contrapartida, receberá o direito de uso dos terrenos, inclusive, com a possibilidade de venda. O plano inicial é que a Terracap seja uma espécie de sócio do empreendimento, uma vez que é a dona dos terrenos. Isto é, ela faria parte da Sociedade de Propósito Específico. “Para evitar problemas, a gente está construindo um processo com muito diálogo, com estudos que envolvem todos os órgãos como Terracap, meio ambiente, metrô. Queremos superar as dúvidas do ponto de vista urbano, legal, ambiental, para não ter pendências futuras”, diz Rossini.

Parceria público-privada:

>>PPPs em andamento:
Centro de Convenções
Transbrasília
Mané Garrincha
Mirante Flor do Cerrado – próximo à Torre de TV

>> PPPs previstas:
Iluminação pública
Kartódromo do Guará
Shopping Popular
Parque da Cidade
Zoológico de Brasília

Brasileiro trabalha 153 dias para pagar impostos, mostra estudo

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Pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostra que todos os rendimentos que o contribuinte recebeu até ontem serviram somente para pagar impostos, taxas e contribuições. Ou seja, o brasileiro tem que trabalhar 153 dias por ano para pagar tributos.

O estudo “Dias Trabalhados para pagar Tributos” apontou que os brasileiros tiveram ainda que destinar, em média, 41,80% do seu rendimento bruto em 2016 para pagar a tributação sobre os rendimentos, consumo, patrimônio e outros. Nos anos de 2014 e 2015 o índice permaneceu praticamente o mesmo – 41,37%.

Leia Dia da Liberdade de Impostos vende gasolina a R$ 2,35 em postos do DF

O instituto levou em consideração a tributação incidente sobre rendimentos, formada pelo Imposto de Renda Pessoa Física, contribuições previdenciárias e sindicais; e a tributação sobre o consumo de produtos e serviços, como PIS, COFINS, ICMS, IPI, ISS, etc; e a tributação sobre o patrimônio, onde se incluem IPTU, IPVA. As taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos e contribuições, como no caso da iluminação pública também são consideradas.

 

No ranking dos países pesquisados, o Brasil se aproxima da Noruega, lugar em que os cidadãos destinam 157 dias de trabalho aos tributos. Porém, o instituto ressalta que, “No entanto, a população de lá tem um considerável retorno em termos de qualidade de vida, podendo usufruir dos serviços públicos, infelizmente diferente do povo brasileiro, que paga muito e não tem o retorno adequado”.

Na manhã desta quinta-feira (2/6), a Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem do Distrito Federal (CDLJ-DF) promove o Dia da Liberdade de Impostos do Brasil. Balões pretos foram soltos e postos vendem combustíveis sem os tributos para mostrar a diferença de preço.

Com informações do IBPT

Rótulos de alimentos devem vir com informação de substância alergênica a partir de julho

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Após pressão da sociedade civil e das associações de consumidores, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) optou em não prorrogar o prazo para adequação do rótulo de produtos alimentícios. Dessa forma, a partir do próximo mês – início de julho -, começa a valer a regra de que a indústria deve informar na embalagem a presença de substâncias alergênicas nos produtos, como, por exemplo, nozes, glúten, amendoim e ovo. A prorrogação da data de início do cumprimento da norma foi pedida pela indústria alimentícia, que alegou que precisava de um tempo maior do que 12 meses para a adaptação da cadeia produtiva.

Leia Indústria deve adequar os rótulos para alérgicos a partir de julho

A reunião ocorreu ontem (1/6) na sede da Anvisa, em Brasília. Por cinco votos a zero ficou decidida a manutenção do prazo de 12 meses previsto em julho do ano passado para adequação dos de rótulos de alimentos alérgenos.

Entidades como a “Põe no Rótulo” comemoram a decisão.  Famílias de crianças com alergia alimentar estiveram na Anvisa e foram à tribuna para defender o direito à informação.

“O consumidor não pode ser responsabilizado pela omissão da indústria em relação ao dever de conhecer aquilo que produz. Pelo Código de Defesa do Consumidor, já existe há muito tempo o dever de informar e é isso o que o Põe no Rótulo pede: informação”, informou Cecília Cury, fundadora e coordenadora do Põe no Rótulo.

Leia Regras para informação de substâncias alergênicas no rótulo

Saiba mais

Em junho do ano passado, após um amplo debate com diversos setores da sociedade civil, a Anvisa votou e aprovou, por unanimidade, a proposta de regulamentação da rotulagem de alergênicos (RDC nº 26/2015). O texto foi publicado no Diário Oficial no dia 3 de julho de 2015 e as indústrias têm um prazo de 12 meses, ou seja, julho deste ano, para modificar os rótulos dos alimentos e também de bebidas.

Prazo para indicação do Nota Legal em dinheiro vai até 30 de junho

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Por Nathália Cardim e Flávia Maia

O prazo para indicação do Nota Legal em dinheiro começa nesta quarta-feira (1/6) e segue até o próximo dia 30 de junho. O calendário foi divulgado nesta terça-feira (31/5) pela Secretaria de Fazenda do Distrito Federal. Os interessados devem acessar o site do programa para pedir o resgate em dinheiro e indicar a conta corrente ou poupança para depósito, que deve pertencer ao contribuinte. As contas salário não podem ser sugeridas. O depósito deve ocorrer a partir de agosto.

De acordo com a Fazenda, o valor de crédito este ano é de R$ 19 milhões e são 286 mil cadastrados aptos a receber o benefício. A expectativa da pasta é que, dos R$ 19 milhões destinados, apenas R$ 5 milhões serão resgatados. Para o cálculo, a pasta usa a média de exercícios anteriores. Em 2015, dos R$ 18 milhões disponíveis, apenas R$ 3,9 milhões foram pedidos pelos consumidores. O tíquete médio em 2015 foi de R$ 131.

As regras para 2016 continuam as mesmas do ano anterior – para pedir o crédito em dinheiro, o contribuinte não pode ter veículo ou imóvel registrado em seu nome no Distrito Federal. Os consumidores em débito com a Fazenda também não podem participar do Nota Legal. “Acreditamos que em 2016 mais pessoas receberão esse crédito. O programa tem crescido ano a ano e nossa expectativa é que aumente o número de consumidores e o valor indicado”, afirmou Hormino Almeida Júnior, subsecretário de Receita.

Dúvidas

Quem quiser tirar dúvidas ou receber orientações sobre o programa Nota Legal deve procurar a central de atendimento por meio do telefone 156 — opção 3 —, uma das agências da Receita ou ainda o atendimento virtual da Secretaria da Fazenda. Esclarecimentos também podem ser tirados pelo perfil da pasta do Facebook.

Indústria de alimentos deve adequar os rótulos para alérgicos a partir de julho

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Por Thiago Soares

Crédito: Jhonatan Vieira/Esp.CB/D.A. Press
Crédito: Jhonatan Vieira/Esp.CB/D.A. Press

A falta de informações sobre as substâncias contidas em alimentos industrializados pode ter consequências sérias. Por isso, consumidores lutam para que o prazo estabelecido para empresas informarem de forma clara a presença de produtos que causam alergias não seja estendido. A regra entra em vigor em julho e define que ingredientes de alergênicos, como soja, leite e nozes, estejam especificas nos rótulos, de acordo com a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovada em junho do ano passado. Mesmo com os 12 meses recebidos para adaptações, o setor industrial pressiona por uma nova data. Preocupadas, as principais associações de consumidores do país enviaram ofício pedindo à Anvisa que não prorrogue o prazo. Questionada, a agência garante que não há proposição tramitando para dar suporte a essa prorrogação.

Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia revelam que a prevalência das alergias alimentares afeta entre 6 e 8% das crianças e cerca de 2% da população adulta. A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC 26/2015) estabelece que os rótulos deverão informar a existência de trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas); crustáceos; ovos; peixes; amendoim; soja; leite de todos os mamíferos; amêndoa; avelã; castanha de caju; castanha do Pará; macadâmia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; castanhas, além de látex natural. Segundo estudos internacionais, 90% das alergias são provenientes dessas oito substâncias. No rótulo, as informações devem estar da seguinte forma: em letras maiúsculas e em negrito, em uma cor que contraste com a do fundo.

A empresária Tatiana Araújo, 28 anos, espera que o prazo seja atendido pelas empresas. Além dela, os dois filhos, Alexandre e Samuel, 3 e 1 ano, respectivamente, possuem alergia à proteína do leite de vaca. O mais velho também sofre com rejeição à soja e a corantes. Nos casos de alguns produtos que ainda não têm a identificação, a mãe precisa ligar nos Sistema de Atendimento ao Consumidor (SAC) das indústrias para saber os elementos presentes, porém nem sempre a informação é confiável. “Uma vez, eu liguei para a empresa e disseram que o produto não apresentava a substâncias. Só que, depois, mudaram a linha de produção e passaram a usar o óleo de soja. Comprei sem saber e o meu filho passou mal. Se os dados estivessem na embalagem, isso não aconteceria”, conta. “O desencontro de informações do SAC é constante. Não são todos que funcionam. Para quem vai no supermercado em um domingo, por exemplo, fica impossível”, acrescenta.

Há 16 anos

 

Crédito: Arquivo Pessoal
Crédito: Arquivo Pessoal

As discussões sobre a obrigatoriedade de informar o conteúdo das substâncias vêm desde 2000. O assunto ganhou destaque em fevereiro de 2014, quando alérgicos de todo o Brasil mobilizaram as redes sociais com a campanha #poenorotulo. A mobilização ganhou o apoio de famosos, como Matheus Solano, e a fanpage da campanha hoje tem mais de 117 mil curtidas. A advogada e coordenadora do movimento, Cecília Cury, acredita que a data estimada foi necessário para as empresas se adaptarem. “As grandes indústrias estão pedindo um prazo maior para fazerem o que já fazem em outros países. A luta não é de agora é de muito tempo. Foram realizadas consultas, audiências, e o prazo foi suficiente para mapear a cadeia dos produtos. Estamos falando do direito que o consumidor tem de saber o que consome e também de saúde pública”, argumenta.

“A ideia é que as pessoas consigam ir ao mercado e escolher o produto somente olhando o rótulo, sem precisa ligar para o SAC que não funciona 24 horas”, detalha Cecília. Na sexta-feira, os representantes da #poenorotulo estiveram reunidos com técnicos da Anvisa, para solicitar que o prazo não seja estendido. A coordenadora do movimento ressaltou também que os rótulos devem conter informações sobre contaminação cruzada. O processo advém da transferência de traços ou partículas do alérgeno de um alimento para outro, diretamente ou indiretamente. Ela pode ocorrer na área de manipulação de alimentos, mas também durante o plantio, colheita, armazenamento, beneficiamento, industrialização e no transporte desse produto. “Tudo isso deve estar claro no rótulo”, completa.

Garantia

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou uma carta à Anvisa cobrando a manutenção do prazo para a adequação dos fabricantes. A nutricionista e pesquisadora da instituição, Ana Paula Bortoletto, ressalta que a data estipulada é suficiente, uma vez que algumas empresas já circulam produtos no mercado com o informe de substâncias alergênicas. “Estender o prazo de adequação significaria aumentar sensivelmente o risco de reações de consumidores alérgicos, que poderiam se confundir na comparação entre os rótulos com e sem a informação correta”, alerta.
A coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Maria Inês Dolci, ressaltou que a informação na embalagem é fundamental para evitar danos à saúde. Segundo ela, a garantia de acesso a alimentos seguros é o principal obstáculo encontrado por quem tem alergia alimentar. “É um risco grande a rotulagem deixar de informar sobre as substâncias. Hoje, as pessoas chegam ao pronto-socorro sem saber o casou a alergia. Ingerir algo que causa alergia pode gerar consequências danosas”, argumenta.

Em fase de adequação

A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) respondeu que, para se adequarem à norma, as empresas têm implementado o esforço a fim de mapear a cadeia produtiva do alimento, desde os fornecedores de insumos até o produtor final. O objetivo é identificar a presença, intencional ou incidental, das fontes alergênicas citadas na lei. “Com a segurança dessas informações, os alimentos podem ser rotulados de acordo com o que prevê a norma. No entanto, o prazo (…) para o envio das informações é exatamente o mesmo para todos os agentes da cadeia, ou seja, tanto o fornecedor de matérias-primas quanto a indústria têm a mesma data final de adequação. Assim, se os fornecedores só informarem sobre os componentes alergênicos no último dia do prazo, a indústria não conseguirá mudar o rótulo em tempo hábil. Ainda assim, grande parte das empresas associadas à Abia já está cumprindo a norma”, justificou, em nota.

Segundo dados da Abia, cerca de 65% do portfólio das empresas associadas já estão adequadas à resolução. A Anvisa garante que não há propostas de prorrogação do prazo para adequação da rotulagem. Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a órgão respondeu que vem recebendo pedidos de representantes de diferentes segmentos da sociedade relativos à alteração da data. Porém, o órgão informou que ainda avalia as solicitações.

Justiça anula cláusula abusiva que reajustava plano de saúde por idade em 94,49%

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A Justiça do Distrito Federal considerou abusiva a cláusula contratual que reajustava a mensalidade de plano de saúde em 94,49% quando a contratante completasse 59 anos de idade. Dessa forma, a decisão pediu a anulação do item contratual e readequação da cobrança paga pela consumidora que ajuizou a ação, sob pena de multa diária de R$ 300.

A consumidora moveu a ação contra a Qualicorp Administradora de Benefícios. A empresa recorreu da sentença, mas a turma recursal do TJDFT não conheceu o recurso.

De acordo com a decisão, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o de que em princípio, é permitido o reajuste de mensalidade de plano de saúde em razão da mudança de faixa etária do beneficiário. “Contudo, tais reajustes deverão ser embasados em cálculos atuariais, em razão da necessidade de manutenção do equilíbrio do sistema, não sendo permitidos aumentos desarrazoados ou aleatórios, que venham a onerar excessivamente o consumidor”, destaca o texto da juíza responsável pela decisão, Haranayr Inácia do Rego Almeida Madruga.

Além disso, a magistrada entendeu que a Qualicorp não apresentou qualquer justificativa para o aumento de 94,49% por causa da migração de faixa etária para beneficiários. Reconhecida a abusividade do reajuste, a sentença concluiu que deve ser aplicada a média dos reajustes das faixas etárias anteriores e fixou percentual de 16,80%.