sequilho

SEQUILHO COM GOIABADA

Publicado em Psicologia

Mais uma contribuição de TERESA CRISTINA LUSTOZA DANTAS. Um texto que nos faz pensar sobre a necessidade que temos de “colocar os outros do nosso jeito”. Aguardo os comentários!

Criei o costume de, toda semana, comprar sequilho com goiabada na padaria perto daqui de casa. Comê-lo bebendo um café sem açúcar tornou-se, sem exagero, um dos momentos mais deliciosos da semana (tirando o dia da coxinha com café). Mas a goiabada me incomodava. Não necessariamente ela, mas sua pouca quantidade. Era um pingo no meio do sequilho.

Reclamei na padaria, chamei o padeiro de casquinha e tudo mais. Outro dia, voltando do trabalho, passei pela padaria e, pra minha sorte, disseram que havia um sequilho especial pra mim. Lá estava, o meu sonho num sequilho de um real. Quase que completamente coberto de goiabada.

Chegando em casa, preparado o café e toda a ritualística necessária para consumir o apetecível sequilho, ocorreu que não comi nem a metade. Enjoei na segunda mordida. Doce demais, chegava a dar náuseas. Dia seguinte, cheguei na padaria e lá estava: outro sequilho coberto de goiabada. Me ofereceram e, por vergonha de dizer que odiei o do dia anterior, comprei. Em casa, raspei a goiabada e comi.

O problema, o inferno, não era a goiabada nem o padeiro, era eu. Fui eu que, amando o que amava, queria do meu jeito, sem entender que eu gostava era do jeito que era, porque, se do meu jeito fosse, eu rejeitaria, enjoaria e até tentaria fazê-lo voltar a ser como era.

Assim fazemos com as pessoas também. No início, as amamos como são, depois que estão conosco começamos a criticar, tentamos mudá-las, tentamos “colocar do nosso jeito”, sem saber que nosso jeito são nossas projeções, pessoas que não existem e que, se existissem, enjoaríamos delas.

Transformamos para descartar, porque quando aquela pessoa muda, muito provavelmente de quem gostávamos não está mais lá.

Autor desconhecido

7 thoughts on “SEQUILHO COM GOIABADA

  1. Muito verdadeira essa mensagem.
    Passamos boa parte da vida, muitas vezes, querendo mudar o outro quando a melhor mudança é àquela que ocorre internamente em nós mesmos.
    Parabéns!

  2. Muito edificante o que você compartilhou, temos sim esse terrível e infeliz defeito de achar-mos que temos o direito de tentar mudar as pessoas, podemos sim opinar qdo nos pedem, mas cada um tem a ” gaiobada” na medida certa..kk abraço

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