Mais uma contribuição de TERESA CRISTINA LUSTOZA DANTAS. Um texto que nos faz pensar sobre a necessidade que temos de “colocar os outros do nosso jeito”. Aguardo os comentários!
Criei o costume de, toda semana, comprar sequilho com goiabada na padaria perto daqui de casa. Comê-lo bebendo um café sem açúcar tornou-se, sem exagero, um dos momentos mais deliciosos da semana (tirando o dia da coxinha com café). Mas a goiabada me incomodava. Não necessariamente ela, mas sua pouca quantidade. Era um pingo no meio do sequilho.
Reclamei na padaria, chamei o padeiro de casquinha e tudo mais. Outro dia, voltando do trabalho, passei pela padaria e, pra minha sorte, disseram que havia um sequilho especial pra mim. Lá estava, o meu sonho num sequilho de um real. Quase que completamente coberto de goiabada.
Chegando em casa, preparado o café e toda a ritualística necessária para consumir o apetecível sequilho, ocorreu que não comi nem a metade. Enjoei na segunda mordida. Doce demais, chegava a dar náuseas. Dia seguinte, cheguei na padaria e lá estava: outro sequilho coberto de goiabada. Me ofereceram e, por vergonha de dizer que odiei o do dia anterior, comprei. Em casa, raspei a goiabada e comi.
O problema, o inferno, não era a goiabada nem o padeiro, era eu. Fui eu que, amando o que amava, queria do meu jeito, sem entender que eu gostava era do jeito que era, porque, se do meu jeito fosse, eu rejeitaria, enjoaria e até tentaria fazê-lo voltar a ser como era.
Assim fazemos com as pessoas também. No início, as amamos como são, depois que estão conosco começamos a criticar, tentamos mudá-las, tentamos “colocar do nosso jeito”, sem saber que nosso jeito são nossas projeções, pessoas que não existem e que, se existissem, enjoaríamos delas.
Transformamos para descartar, porque quando aquela pessoa muda, muito provavelmente de quem gostávamos não está mais lá.
Autor desconhecido
7 thoughts on “SEQUILHO COM GOIABADA”
Muito verdadeira essa mensagem.
Passamos boa parte da vida, muitas vezes, querendo mudar o outro quando a melhor mudança é àquela que ocorre internamente em nós mesmos.
Parabéns!
Esse texto foi publicado na internet (http://nosmeusalfarrabios.blogspot.com.br/2016/02/?m=1) , em fev de 2016, com autoria de Jonathan Araújo.
Oi, Cici. Eu vi, mas não consegui confirmar essa informação. Então achei melhor publicar como autor desconhecido.
Tem um vídeo no zap, de uma mulher loira, com esses texto. Alguém sabe quem ela é?
Recebi esse texto via WatSapp e adorei.
Bem assim…
Qdo na verdade a única mudança deveria acontecer em nós.
Muito edificante o que você compartilhou, temos sim esse terrível e infeliz defeito de achar-mos que temos o direito de tentar mudar as pessoas, podemos sim opinar qdo nos pedem, mas cada um tem a ” gaiobada” na medida certa..kk abraço
Amei o artigo,obrigada.