4398975748464642

RESPONSABILIDADE NUM TRIÂNGULO AMOROSO (consulta de leitor)

Publicado em Psicologia

Quando abrimos espaço para que as pessoas se comuniquem conosco e mandem perguntas, coisas super interessantes acontecem. Recebi de um leitor a seguinte mensagem:

“Olá Maraci. Estava lendo seu blog e tenho uma dúvida. Você acredita que ser o ‘outro’ numa relação é de igual responsabilidade a quem está no relacionamento e escolheu trair? Ou quem aceita essa situação mesmo sabendo que está ficando com alguém comprometido não tem nada a ver com isso? Tenho me perguntado isso e não consigo chegar em uma conclusão.”

 

Um triângulo amoroso é ilegal, é imoral ou engorda? Nem vou entrar nessas considerações, mesmo que, como ocorre na maioria dos casos, um ou dois dos envolvidos não tenha a menor ideia do que está rolando. Mas uma coisa é certa – essa configuração não é para toda e qualquer alma. Passada a euforia inicial, surgem as inquietações e as cobranças que tendem a aumentar com o passar do tempo.

 

E a preocupação do leitor que está me pedindo orientação significa que o triângulo em que ele se envolveu o está deixando, no mínimo, desconfortável. No momento, ele está preocupado quanto à responsabilidade dele nesse imbróglio, se ela é menor do que a de quem está traindo o parceiro.

 

Será que é assim que funciona? Será que o infiel tem mais responsabilidade? Muita gente prontamente diria que sim, mas isso é irrelevante, não deveria jamais ser uma preocupação. Até porque o outro ter mais ou menos responsabilidade não nos exime de nada. O que realmente importa é o que nos leva a nos envolvermos e a nos mantermos na situação. A motivação tem um peso enorme e pode agravar ou desagravar a culpa que costuma se apresentar, como está acontecendo com o leitor.

 

Ninguém escapa das consequências de ter se envolvido num triângulo amoroso, por mais que o desfecho seja suave, e todos precisarão lidar com elas mais cedo ou mais tarde. E esse tipo de relacionamento, embora comum, em geral não é o ideal pra ninguém. Ele deixa marcas importantes que podem não ser superadas mesmo em caso de desfazimento do triângulo e início de um novo relacionamento entre os amantes.

 

Quando nos envolvemos com alguém, devemos sempre procurar entender a nossa motivação. E, num triângulo amoroso, isso não diferente. Podemos estar apaixonados ou nos sentindo sozinhos, por exemplo. Ou podemos ser o tipo de pessoa que só se envolve em triângulos amorosos pelo frisson, por medo da intimidade verdadeira ou por sentir a necessidade de estar sempre disputando atenção, amor, com um outro.

 

Devemos também procurar nos colocarmos no lugar dos demais envolvidos, inclusive dos que não sabem que são parte da relação. Quanto mais soubermos a respeito deles, melhor. E isso pode até salvar a nossa vida! Há pessoas, e os noticiários estão cheios delas, que reagem de maneira violenta quando se descobrem traídas.

 

Entendermos as nossas motivações e procurarmos nos colocar no lugar de cada uma das outras duas vértices do triângulo, procurando ouvir o nosso coração, vai nos ajudar a decidir se vale ou não a pena continuar como está ou se o melhor é por um fim ao relacionamento. Esse percurso não é fácil e pode exigir ajuda profissional. Mas não vejo como fugir dessas reflexões, por mais difíceis que sejam.

 

Só não vale ficar arrastando correntes como um fantasma numa casa assombrada. Isso estressa, exaure, deprime, não traz nada de bom. E a conta chega! A Vida não deixa nada passar batido, nem as decisões tomadas nem as que adiamos, empurrando com a barriga. Aliás, por essas que adiamos, sempre pagamos muito mais caro, fisicamente, emocionalmente, espiritualmente.

 

Nosso blog está de volta! Você pode comentar este texto logo depois dos anúncios, mesmo que você não seja assinante do jornal. Ou pode mandar um comentário para mim por WhatsApp no (61)991889002, para que eu o publique. Você também pode me enviar um texto que considerou interessante e que combina com este blog. Valeu!

 

Se você tem interesse em participar do grupo de terapia para mulheres, clique em GRUPO PARA SOBREVIVER A UM GRANDE AMOR para se informar. Se conhece alguma mulher que esteja precisando desse tipo de ajuda, mande esse link para ela ou passe o meu telefone (61)99188.9002. Esse trabalho tem salvado vidas. O ATENDIMENTO É ONLINEVocê também pode participar do Grupo de WhatsApp para receber textos, vídeos e informações sobre a temática do grupo de terapia clicando AQUI.

 

 

5 thoughts on “RESPONSABILIDADE NUM TRIÂNGULO AMOROSO (consulta de leitor)

  1. Triangular não é saudável
    Cada relação é singular, e todas as relações são diferentes. Estar livre para escolher quem você quiser agrava a característica de pessoas monogâmicas, exatamente pelo fato de elas poderem escolher estar com quem elas quiserem e estarem satisfeitas em estarem com a pessoa que escolheram.

    Não monogâmia para mim está relacionada muito mais ao FOMO relacional da pessoa do que ao desejo de realmente estar com outra pessoa.

    Existe momento de vida, ciclo da relação, ciclo de vida, momento de ambos na relação.

    A relação para mim tem três pilares centrais: 1. do amor e do sexo (amor erótico), ou seja, eu gosto de você e eu tenho desejo por você; 2. Conveniência de ter essa relação, ou seja, as atratividades de estar com a pessoa em uma relação de compromisso monogâmica (dinheiro, família, casa, filhos); 3. A função psicológica que um exerce na vida do outro como par complementar, ou seja, funções emocionais, você me apazigua, você me acalma, você me estabiliza, você me abre outros ambientes.

    Pode ser que em momentos distintos cada um dos pilares sustentem os outros.

    Francis Wolff diz que não existe amor perfeito, mas também com três pilares, a amizade, a atração sexual e a paixão. É a mistura que faz dar certo.

    A dinâmica de uma criança com um amigo realiza entropia, quando tem dois em algum momento ela será excluída. Triangular é um perigo para pessoas que estão em uma relação de corredor (eu e tu).

    Não gosto de me sentir excluído pela pessoa que eu escolhi trilhar a minha vida, sim sou a favor da monogamia, eu preciso dessa referência no outro, principalmente de autoapoio. Isso não é possessão, é maturidade.

    Sobre estar em um triângulo, nunca será saudável, não pelo ponto de vista social, mas pelo ponto de vista emocional. A pessoa não estará disponível para você, você estará para ela e isso não parece um troca saudável a ser estimulada.

  2. Anônima, via WhatsApp: Bom dia! Excelente matéria. Já compartilhei com duas amigas que vivem o desfecho de um casamento.A Responsabilidade no triângulo amoroso é um tema muito forte e tenho pessoas muito queridas que acabaram o casamento, pois se machucaram com escolhas erradas. Um tema polêmico é muito atual principalmente nos casamentos..

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*