Cuidado Coletivo e as Equipes de Atendimento em Casa

Publicado em equipe de atendimento em casa

Cosette Castro, Rosa Marcucci & Laura Dantas

Brasília – O Brasil está prestes a entrar no Setembro Roxo, mês mundial de conscientização sobre as demências. Segundo a Comissão Lancet, que reúne especialistas mundiais no tema, há 14 fatores modificáveis (leia aqui) para evitar doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

Cuidar da saúde física e mental, por exemplo, reduziria  48% dos casos em países como o  Brasil. O diagnóstico de demência poderia ser evitado se as pessoas tivessem acesso à informação, se existissem campanhas públicas nacionais permanentes sobre o tema e se as pessoas praticassem autocuidado diariamente.

Construir um envelhecimento saudável e ativo depende 50% de cada pessoa e de suas condições de vida e outros 50% das instituições públicas que precisam se preparar urgentemente para o rápido processo de envelhecimento do país e para a longevidade. Levando em conta essa realidade, o Blog traz hoje o informações sobre o programa  “Acompanhante de Idosos (PAI)”, que existe há 16 anos na cidade de São Paulo.

O PAI é um serviço ide atendimento domiciliar voltado para pessoas idosas em situação de vulnerabilidade social. Para contar sobre o projeto, as convidadas de hoje são Rosa Marcucci, coordenadora da Área Técnica de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da Secretaria Municipal da Saúde e Laura Dantas, estagiária em Enfermagem.

Rosa Marcucci e Laura Dantas – “O objetivo do PAI é promover a autonomia, melhorar a capacidade funcional e bem-estar, através de cuidados domiciliares. Ele presta serviços de profissionais da saúde e acompanhantes de idosos (ACI) para apoio e suporte nas Atividades de Vida Diária (AVD) e supre outras necessidades de saúde e sociais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015) o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas até 2050, isso representará um quinto da população mundial. Segundo a Fundação SEADE (2023) no município de SP as pessoas 60+ representavam 16,92% da população, totalizando 2,03 milhões de pessoas.

A preocupação mundial com o envelhecimento originou a ideia do PAI através de um projeto piloto chamado de Anjos Urbanos. A experiência foi realizada em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O programa foi oficialmente instituído na cidade em 2008.

A equipe atende entre 110 e 120 pessoas idosas por mês e conta com 17 profissionais: 01 Coordenador, com formação em Serviço Social, 01 médico, 01 enfermeiro, 02 auxiliares ou técnicos de enfermagem, 10 acompanhantes de idosos (AI), 01 agente administrativo e 01 motorista.

Os critérios para a inclusão no PAI são: idade a partir dos 60 anos, dependência funcional com necessidade de apoio para as atividades avançadas, instrumentais e básicas de vida diária, mobilidade reduzida, dificuldade de acesso aos serviços de saúde, insuficiência no suporte familiar e social, indícios de isolamento ou exclusão social, risco de institucionalização, monitoramento constante ou alto grau de dependência.

Nesses 16 anos as equipes têm assistido pessoas idosas que vivem sozinhas e sem suporte,  pessoas 60+ cuidadas por familiares idosos ou por famílias com vínculo fragilizado ou suporte insuficiente. Muitas vezes são pessoas em alto risco ou em situação de violência consumada.

Atualmente o PAI atende cerca de 8.400 pessoas idosas. O programa é uma estratégia de reconhecimento público (sociedade civil, academia e gestão pública). O Programa recebeu premiações a nível nacional (Ministério da Saúde) e internacional (Espanha, 2022; Portugal, 2025). Também obteve menção em relatório final de conferências municipais, estaduais e nacionais (de saúde e de direitos da pessoa idosa).

Consideramos essencial a movimentação social e a reivindicação dos munícipios para fortalecer políticas públicas que fortaleçam o Programa. Também é importante expandir as equipes promovendo uma melhoria na qualidade de vida e saúde da população idosa de São Paulo.”

No Coletivo Filhas da Mãe apoiamos iniciativas públicas de acompanhamento à pessoas idosas em casa. Essas pessoas têm diferentes graus de dependência, vivem sozinhas ou têm cuidadoras familiares. A visita da equipe oferece um momento de descanso para quem cuida.

PS: Neste domingo, dia 30, o Coletivo vai realizar uma Caminhada Fotográfica no Jardim Botânico (JB) junto com a fotógrafa Verônica Gurgel, do Grupo Caminhadas de Brasília. Encontro 8h30, saída 8h45 na portaria do JB. É só chegar!

PS 2: Atenção: dia 21 de Setembro acontecerá a 4a. Caminhada da Memória, 9h, no Eixão Norte, em Brasília.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*