Cosette Castro
Brasília – Em tempos corridos, virtuais e cada vez mais competitivos, nem sempre é fácil construir pontes. Ou trabalhar e desenvolver projetos a partir do que nos aproxima, do que é comum, apesar das diferenças.
A palavra comum vem do latim e significa algo que é compartilhado por muitos. Mas nem sempre os interesses são os mesmos. E, às vezes, interesses pessoais são colocados na frente do interesse comum, das comunidades e do país.
Exemplos não faltam. Agora mesmo há o interesse de um país estrangeiro tentando ingerir na soberania nacional. Sem nenhum respeito à Constituição Brasileira. Como se fosse o dono do mundo.
Dentro do Brasil há deputados no Congresso Nacional que não têm pudor em levantar e apoiar uma bandeira estrangeira em detrimento dos interesses nacionais. Como se não bastasse, apoiam e aprovam projetos de lei que destroem a natureza colocando em risco a vida presente e futura do país.
Essa dificuldade em construir pontes pode ocorrer no âmbito coletivo, dentro das famílias. Ou individualmente, entre amigas ou vizinhas. Nem sempre a convivência é fácil. Em alguns momentos as diferenças falam mais alto.
Nesses momentos em que as pontes parecem inexistentes, invisíveis ou intransponíveis é uma boa ideia parar, respirar e dar um tempo. Pelo menos 24 horas. Ou mais. É um tempo importante para buscar uma convivência possível pelo bem comum, seja das relações afetivas seja do país.
Outra sugestão é olhar para os lados e buscar bons exemplos. Aqui no Brasil um deles é o encontro das mulheres indígenas. Há cerca de 7 mil mulheres indígenas de todas as idades reunidas na Capital Federal. Saiba mais aqui.
Elas, que representam os povos originários e são as guardiãs da florestas e do planeta, chegaram de todos os lugares do Brasil. A maioria viajou milhares de quilômetros, apesar das ameaças e atentados que sofrem constantemente.
As mulheres indígenas com povos e línguas tão diferenciados são um bom exemplo de construção e consolidação de pontes pela vida, pela dignidade e pela existência em comunidade.
Nesta segunda começa a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que se estende durante a semana, até culminar na quinta-feira com a 4a. Marcha Nacional das Mulheres Indígenas. O lema do encontro é “Nosso corpo, nosso território: Somos guardiãs do planeta pela cura da terra”. Conheça a programação.
Logo depois, no sábado, dia 09 de agosto, vai acontecer, no formato online, a Conferência Livre das Mulheres Idosas. O encontro virtual, inédito no país, leva em conta a necessidade de políticas públicas específicas para as mulheres em processo de envelhecimento. As inscrições gratuitas podem ser feitas aqui.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 30 milhões de mulheres na faixa dos 50-59 anos e outras 19 milhões com 60 anos ou mais. Essas 49 milhões de mulheres sofrem diariamente diferentes tipos de violência, além de negligência e abandono por parte de familiares.
A Conferência Livre da Mulher Idosa vai encaminhar propostas para a 5a. Conferência Nacional de Políticas para Mulheres que vai ocorrer em setembro na Capital Federal. As mulheres inscritas vão receber um caderno de Reflexões e Propostas de políticas públicas.
PS: Nesta quinta-feira, dia 07, das 18h às 19h30, vai acontecer a Roda de Conversa online de agosto do Coletivo Filhas da Mãe. As Rodas de Conversa são um ambiente seguro de escuta e acolhimento de quem cuida um familiar com demência e também um espaço de autocuidado.

