Cosette Castro
Brasília – Demorou, mas o tema do envelhecimento populacional está cada vez mais presente na mídia, nas rodas de conversa, entre familiares e amigas. E, aos poucos, nas empresas.
São 35,3 milhões de pessoas idosas no país, sendo 4,9 milhões com 80 anos ou mais. E há outros 57 milhões de pessoas na faixa dos 50-59 anos (IBGE, 2024), em processo de envelhecimento.
A cara, a cor dos cabelos e a idade está mudando rapidamente no país.
Em um país continental como o Brasil, é diferente envelhecer em cada uma das cinco regiões. Há mais gente jovem no Norte e um processo de envelhecimento mais avançado no Sul. No Rio Grande do Sul, por exemplo, pesquisas do IBGE apontam que, em cada cinco pessoas, uma já tem 60 anos ou mais.
Também faz diferença se a pessoa mora no campo, na cidade, se é ribeirinha ou quilombola. Se vive em um bairro com boa infraestrutura ou se falta água. Esses e outros fatores interferem no processo de envelhimento e na longevidade.
Há diferença se onde a pessoa vive há acesso à internet para utilizar, por exemplo, atendimentos online pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tanto em regiões remotas como nas periferias. Se há uma boa rede de transporte público. Se há índices de violência que aumentam o estresse. Ou se existe poluição ambiental no bairro ou na cidade.
Essas diferenças de qualidade de vida, aliadas a outras desigualdades, como as de gênero e raça, podem contribuir para o declínio cognitivo e funcional da população, prejudicando o envelhecimento saudável e ativo.
Maria do Carmo Guido será entrevistada no Terceiras Intenções
O envelhecimento não é apenas um processo individual. É também um processo coletivo. No caso da saúde, 70% da população utiliza exclusivamente o SUS e os demais utilizam parcialmente, como no uso de vacinas ou do SAMU. Por isso, precisamos de um SUS forte e políticas estruturantes com orçamento em outras áreas, como assistência social e direitos humanos, previdência, etc.
Levando em conta essa realidade, estão sendo realizadas em todo país Conferências Livres nacionais, estaduais, distrital e municipais sobre os direitos das pessoas idosas. Elas são abertas à população.
No Distrito Federal, duas conferências preparatórias à 6a. Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa “Envelhecimento Populacional e Democracia: urgência por equidade, direitos e participação” já foram realizadas em junho. E outras mais vão acontecer nos próximos dias:
Dia 26/7, sábado, das 8 às 13h, Brasília será Polo Focal da Conferência Livre Nacional “Múltiplas velhices, um só direito: criando condições para envelhecer com dignidade e voz ativa”. O evento é híbrido, com parte presencial no Sindicado dos Enfermeiros -DF. Inscrição Aqui.
O foco dessa conferência livre é o Eixo 4 da 6a. Conferência Nacional: “Participação social, protagonismo e vida comunitária na perspectiva das múltiplas velhices” com ênfase na velhice de pessoas negras e é organizada pelo Sindicato dos Bancários da Bahia. Coordenação do Polo Focal: Ação das Mulheres pela Equidade (AME-DF) e parceiros.
Dia 01/08, sexta-feira, das 9h às 16h, Brasília será Polo Focal da Conferência Livre Nacional sobre “Direitos e Envelhecimento: contra discriminação, abuso econômico, pela Equidade e participação” organizada pela Fiocruz/RJ.
Coordenação do Polo Focal: Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e parceiros, entre eles o Coletivo Filhas da Mãe. O evento é híbrido, com parte presencial no Auditório 1 da Faculdade de Saúde. Inscrição Aqui.
Enquanto isso, nesta terça-feira, 22, acontece a edição de julho do Programa Terceiras Intenções, com Maria do Carmo Guido, coordenadora do Fórum da Mulher Idosa. Ela vai conversar sobre envelhecimento feminino e a 1a. Conferência da Mulher Idosa. No canal do You Tube Coletivo Filhas da Mãe, ao vivo, das 19 às 20h. Link Aqui.


