O Que Fazer Quando a Voz Muda Após os 60 Anos?

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Cosette Castro & Convidadas

Brasília – Na semana em que comemoramos o Dia Mundial da Voz (16/04), o texto do Blog é escrito a oito mãos. Uma prática comum no Coletivo Filhas da Mãe: a construção de textos e projetos em conjunto. Nós não caminhamos sós. Multiplicamos mãos e vozes.

As convidadas desta semana atuam na área da saúde, mais especificamente na Fonoaudiologia. São elas a professora da UnB Juliana Lira e as alunas Ílary Lourenço e Lidiane Andrade. Elas refletem sobre a voz das pessoas idosas, sobre as mudanças no decorrer da idade e estratégias para melhoras a qualidade de vida e de comunicação.

Juliana Lira, Ílary Lourenço e Lidiane Andrade – “No dia 16 de abril celebramos o Dia Mundial da Voz, data que reforça a importância da conscientização sobre os cuidados com esse instrumento fundamental de comunicação. Produzida pela vibração de duas pregas vocais que ficam na garganta, ela permite expressar emoções e ideias em geral de forma eficaz.

Cada pessoa tem uma voz única, que faz parte da sua identidade e é uma forma de manifestar a personalidade. Mesmo que as palavras digam uma coisa, a voz pode revelar o que a pessoa realmente sente. Por exemplo: usamos sons vocais, como suspiros e risadas, para nos comunicar. Esses sons também fazem parte da nossa voz.

A voz muda ao longo da vida, conforme as transformações do corpo, da mente e do ambiente em que vivemos. Pensando nisso, é importante refletir sobre como o processo de envelhecimento impacta a voz e a comunicação das pessoas idosas.

As modificações que afetam a voz com o envelhecimento incluem a redução da massa dos músculos envolvidos e o endurecimento das cartilagens. Nas mulheres, com a chegada da menopausa, há uma queda hormonal importante que pode fazer as pregas vocais perderem elasticidade, ficarem mais espessas e menos flexíveis. Além disso, os músculos da garganta podem enfraquecer. Isso pode resultar em mudanças nas características da voz.

As pessoas podem perceber a voz da pessoa idosa um pouco trêmula e rouca. Nas mulheres, a voz pode se tornar mais grossa, mais parecida com a voz masculina. Nos homens, acontece o contrário. Essas mudanças podem causar esforço ao falar, cansaço ou até dor, principalmente se a pessoa idosa estiver em ambientes com muito ruido. Além disso, a dificuldade com a voz pode afetar a confiança em se comunicar, o que pode levar ao isolamento social da pessoa idosa.

Existem algumas estratégias que podem ajudar a enfrentar essas mudanças vocais.

Entre elas, sugerimos ingerir a quantidade adequada de água e manter uma alimentação saudável. Isso contribui bastante para a saúde da voz. Outra dica importante é falar com calma e clareza, assim como evitar esforço ao falar ou mesmo gritar.

Falar sem pausa por longos períodos deve ser evitado, pois o descanso é essencial para a voz. Outra estratégia é diminuir os barulhos ao redor, como televisão ligada ou conversas paralelas. Também é importante garantir que o local esteja bem iluminado, pois ajuda a pessoa idosa  a enxergar com clareza o rosto e os lábios de quem está falando. Isso facilita a compreensão.

Caso essas medidas não tenham efeito suficiente, é fundamental buscar ajuda especializada. Profissionais da Fonoaudiologia podem orientar sobre exercícios específicos para recuperar parte da flexibilidade e da força vocal perdidas.

As mudanças vocais fazem parte do envelhecimento, mas conhecer seus impactos e adotar estratégias adequadas permite melhorar a comunicação e a qualidade de vida das pessoas idosas. Com apoio profissional, adaptações e cuidados simples, é possível manter a voz ativa como instrumento de expressão e conexão.”

PS: Caso você note alguma diferença na sua voz ou do seu familiar com 60 anos ou mais, sugerimos procurar a UBS mais próxima de sua casa. Se for necessário, você será encaminhada à área de atenção especializada.

Cosette Castro

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