Brasília – Despedidas nem sempre são definitivas. Mas podem doer como se fossem.
Não é fácil dizer tchau. Até logo. Muito menos adeus.
Às vezes sofremos inclusive por antecipação. Pensamos ( e repensamos) na despedida de um familiar que vai morar longe, nas amigas que se mudaram. Nos filhos, nos netos que vão estudar ou trabalhar fora. Sofremos pela despedida de um amor que não caminha mais junto. Pela internação de um familiar para desintoxicação. Por colocar alguém em uma Instituição de Longa Permanência para Pessoas Idosas (ILPIs).
Para nós esta é uma semana de chegadas e despedidas. Tempos de alegria e também de coração apertado. Mesmo sabendo que, com a Internet, vídeochamadas ou áudios podem ser realizados todos os dias amenizando a saudade.
No entanto, nem sempre o mundo virtual ameniza a vontade de abraçar, dar um beijo, de sentir o cheiro. De fazer um cafuné no cabelo ou uma brincadeira que só aquela pessoa ou pessoinha compreende. Pode até tirar a graça daquela linguagem própria que algumas pessoas criam para se comunicarem.
Mas como os dois anos de pandemia mostraram para o mundo, inclusive para nós, é possível sobreviver às perdas. Sejam elas temporárias ou definitivas. Perdas, por viagem, mudança, internação ou separação doem muito. Isso também ocorre quando os filhos saem de casa deixando em quem fica a sensação de ninho vazio.
As situações citadas acima são exemplos de pequenos lutos vivenciados no dia a dia. São eles que, a conta gotas, vão nos preparando para o adeus definitivo a familiares, amigos ou amores.
Às vezes estamos tão envolvidas nos desafios cotidianos que nem sempre nos permitimos dar espaço para a dor que os pequenos lutos provocam.
Passamos pelos pequenos lutos como se não tivessem existido. Algumas pessoas buscam compensações. De todos os tipos. Outras ocupam todo o tempo possível do dia. Agenda lotada, sem espaço para sentir e escutar a si mesma.
No próximo pequeno luto que você vivenciar, talvez seja o momento de fazer uma pausa. Tomar um tempo para si, pois cada despedida muda algo na nossa vida. Alguém (um trabalho ou projeto) pode virar apenas uma foto, um vídeo ou uma mensagem de texto da noite para o dia.
Esses são momentos em que podemos aproveitar para (tentar) compreender e respeitar o que estamos sentindo.
Despedidas nem sempre significam o rompimento de laços afetivos. Elas representam uma mudança de fase que nem sempre estamos preparadas para lidar.
Para facilitar a aceitação dessa nova fase, sugerimos alguns rituais. Entre eles, encontros, antecipação de festas de aniversário, festas de despedidas, passeios, cartas, mensagens de vídeo ou voz.
Depois da despedida, sugerimos compartilhar com amigas (antigas ou recentes) os momentos em que a saudade chegar mais forte. Pode ser uma boa opção para tomar fôlego, para se sentir acolhida e não afundar na solidão. Se as amigas não forem suficientes para amenizar a dor, e nem sempre são, existem especialistas na escuta terapêutica como psicólogas ou psicanalistas que atuam no SUS, em planos de saúde ou em atendimento particular que podem ajudar você.
PS: Hoje a Lei Maria da Penha completa 17 anos. Criada em 2006, tornou crime a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Cosette Castro Brasília - A semana passada foi intensa em todos os sentidos. Hoje destacamos…
Cosette Castro Brasília - Às vezes, quando ficamos sem palavras frente a uma situação ou…
Cosette Castro & Vicente Faleiros Brasília - A disputa pelo dinheiro público do orçamento da…
Cosette Castro Brasília - Em tempos de negação constante da morte, o filme O Quarto…
Cosette Castro Brasília - Este foi um fim de semana especial. Começou o novembro negro…
Cosette Castro Brasília - Seis anos, sete meses e 17 dias. A Justiça é lenta,…