Ana Castro & Cosette Castro
Brasília – Viver em um Estado democrático que respeita seus cidadãos e cidadãs é outra coisa.
Nele a prevenção da saúde e o bem viver voltam a fazer parte da pauta pública e se aproximam do nosso cotidiano. Embora saibamos que as mudanças, particularmente em termos do SUS e de aposentadorias dignas ainda precisem de orçamento.
Sim, temos um longo caminho pela frente.
Principalmente para 1. Reduzir a desigualdade social existente no país; 2. Romper com o imaginário (equivocado) de que pessoas idosas deveriam ficar quietas em casa e 3.Tirar as cuidadoras familiares da invisibilidade e da sobrecarga do trabalho não reconhecido.
É louvável assistir a mobilização dos movimentos sociais, da academia e de órgãos públicos para reduzir o preconceito contra as diferentes velhices.
No que diz respeito ao preconceito por idade, por exemplo, na semana passada proliferaram cards de Norte a Sul do país, palestras, lives, simpósios, mesas de debates e artigos sobre o tema. E também sobre envelhecimento e longevidade, temas diretamente relacionados.
Nós, do Coletivo Filhas da Mãe, começamos a semana passada na III Conferência Livre em Defesa das Pessoas Idosas. Uma iniciativa do Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa da Pessoa Idosa, em parceria com o Coletivo Filhas da Mãe, da UnB e do SESC-DF que reuniu mais de 200 pessoas. (ver aqui)
E, além das publicações no Blog, lançamos a campanha de conscientização sobre a violência contra pessoas idosas. O impactante card, lembrando que “Respeito Não Envelhece” e que defendemos uma “Sociedade do Cuidado”, foi criado por Heloísa Noronha Torres, jovem universitária do UniCEUB. É ela que desenvolve nossas artes audiovisuais. (ver aqui)
E, em mais uma parceria com o Fórum Distrital em Defesa da Pessoa Idosa, voltamos às ruas da Capital Federal no dia 15 de junho.
Pelo terceiro ano seguido realizamos projeções em locais e prédios públicos no horário do pico chamando atenção sobre os diferentes tipos de violência que sofrem as pessoas idosas. (Ver aqui)
Todas essas ações fazem parte de uma estratégia. Não ocorrem por acaso.
Queremos chamar atenção da população e também das autoridades (Distrital e Federal) sobre a urgência de sairmos de uma Sociedade da Violência para uma Sociedade do Cuidado.
Uma Sociedade do Cuidado se constrói com políticas públicas interministeriais ( intersetoriais no caso distrital) e com orçamento próprio. Com ações de curto médio e longo prazo que envolvam a sociedade civil, o mercado e os movimentos sociais para incluir e respeitar as diferentes velhices e suas experiências.
No entanto, para mudar a sociedade, precisamos primeiro reeducar a nós mesmas.
As diferentes velhices não são compostas (apenas) por mulheres idosas de colares tipo de pérolas. Nem por homens idosos de suspensórios. Mesmo que essas imagens estejam cristalizadas na nossa cultura, elas não refletem a realidade brasileira.
Temos cabelos coloridos ou brancos. Praticamos exercícios físicos e alguns até preferem esportes radicais. Temos diferentes identidades de gênero e elas precisam, por respeito e inclusão, estar representadas nas campanhas públicas.
Pessoas idosas não merecem o desrespeito de serem infantilizadas nem tratadas como pessoas frágeis, mesmo quando apresentam perdas cognitivas leves. Temos conhecimento acumulado em diferentes áreas.
Está mais do que na hora desse conhecimento ter a oportunidade de seguir circulando em todo o país. Entre diferentes grupos sociais em um movimento de estímulo ao convívio entre diferentes gerações.
Seguimos trabalhando e queremos que os editais contemplem também as pessoas idosas, como minorias que somos. Seja nos serviços públicos, seja no mercado ou nos movimentos sociais.
Queremos longevidade com participação social e qualidade de vida.
Prevenção da Saúde
Da nossa parte, no Coletivo, também atuamos com as famílias e com preservação da saúde.
Particularmente a saúde das cuidadoras familiares que estão envelhecendo e adoecendo física e emocionalmente. Esse diagnóstico foi mostrado no Estudo sobre Pessoas Idosas com Demências e Cuidadores no Distrito Federal em 2022. (ver aqui)
Uma ação para prevenir a saúde, foi criar em 2023 o grupo Caminhantes no Coletivo Filhas da Mãe.
Este fim de semana realizamos mais uma caminhada em grupo, desta vez no Parque OlhosD’Água. As caminhadas estimulam a proximidade com a natureza, o encontro, as risadas. E a saúde física e mental. (ver aqui)
E você quando vai começar a se cuidar e praticar exercícios em grupo?
Todos os domingos pela manhã estaremos caminhando pelos parques e florestas do Distrito Federal. Mande uma mensagem para participar e venha com a gente!
PS: Amanhã das 19 às 20h teremos mais uma edição do programa de entrevistas Terceiras Intenções, coordenado pela professora da UnB, Juliana Lira. Em junho nosso convidado é o jornalista e escritor Fernando Aguzzoli, que foi co-cuidador da avó com Alzheimer. (link aqui)
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