E o Setembro Roxo Nem Acabou…

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Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Foi uma semana intensa no Coletivo Filhas da Mãe. Temos procurado atuar no Setembro Roxo de forma ampla, indo além das questões sobre Alzheimer.

Desenvolvemos projetos de prevenção da saúde, estimulando a prática de exercícios físicos e práticas integrativas. E valorizamos o envelhecimento ativo e cidadão. Exemplo disso foi a Caminhada da Memória, realizada em parceria com o SESC-DF e a UnB na semana passada. O projeto reuniu 700 pessoas em Brasília.

Durante todo o mês, ajudamos a divulgar informações sobre demências. No Dia Mundial de Conscientização sobre Alzheimer, Ana Castro entrevistou o geriatra Otávio Castello no programa Terceiras Intenções. Link aqui

Aliás, começamos o mês com a Roda de Conversa online do Coletivo abordando a sobrecarga emocional das cuidadoras familiares e o sofrimento psíquico que atinge pessoas com depressão. E explicamos as campanhas do Setembro Roxo e o Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio.

Na quinta-feira, 22, Cosette Castro conversou com grupo de trilheiras sobre os benefícios das caminhadas na depressão, como espaço de prevenção e saúde mental. E lá estiveram assistindo e participando as cuidadoras familiares.

Um dia antes, dia 21, o Ministério da Saúde anunciou o relatório parcial da pesquisa sobre Alzheimer no Brasil. Embora o país faça parte da ação global para combater o Alzheimer, o tipo de demência que mais ocorre, os resultados deixam muito a desejar. São desanimadoras as metas parcialmente alcançadas.

Não houve ampliação na formação de profissionais da saúde no que diz respeito às demências. E estima-se uma significativa subnotificação da doença: 77% dos casos.

Não houve campanha alguma de esclarecimento à população sobre as demências para reduzir a desinformação e o estigma. Não é por acaso que 53% da população, 47% das cuidadoras e 33% dos profissionais da saúde que participaram da pesquisa acreditem na ideia equivocada de que a demência faz parte do envelhecimento normal.

As cuidadoras familiares, informais (amigas e vizinhas) e profissionais foram esquecidas no projeto. Mesmo que frequentemente adoeçam física e emocionalmente durante ou após o (longo) tempo de cuidado.

Não houve avanço no que diz respeito à proteção da saúde física e emocional das cuidadoras. A meta não saiu do ponto zero. Ou seja, o governo federal segue sem cuidar de quem cuida.

O Coletivo Filhas da Mãe tem atuado para acolher e dar visibilidade às mulheres cuidadoras familiares. Também apoia o reconhecimento da profissão de cuidadora profissional. É uma das atividades que mais crescem no mundo devido ao envelhecimento da população.

Como parte da valorização das mulheres cuidadoras familiares, o Coletivo Filhas da Mãe, em parceria com o SESC-DF, organizou a Exposição Fotográfica MULHERES QUE CUIDAM E SE CUIDAM. Participam dela 20 cuidadoras familiares.

Acreditamos que não adianta olhar apenas a doença. É preciso proteger as cuidadoras familiares e atuar na prevenção da saúde de toda família. Pois todas adoecem e empobrecem durante a evolução da demência.

Setembro Roxo e Solidariedade

No Setembro Roxo, também levamos em consideração a crise econômica e social do país.

Segundo a Oxfam (2022), há 33,2 milhões de pessoas passando fome no Brasil, inclusive cuidadoras e seus familiares com demência. Muitas famílias não conseguem fazer três refeições ao dia. Imagine comprar fraldas geriátricas. E nem sempre elas estão disponíveis nos postos de saúde devido aos cortes no orçamento da saúde e do SUS.

Por isso, o projeto da Exposição Fotográfica prevê a doação de um pacote de fralda geriátrica para mulheres cuidadoras em situação de fragilidade social da Ceilândia. A doação pode ser entregue na visita à Mostra Fotográfica.

A Exposição MULHERES QUE CUIDAM E SE CUIDAM será aberta nesta sexta-feira, 23, a partir das 18h, na unidade da 504 Sul do SESC-DF, na Capital Federal. E ficará aberta até 23 de outubro.

Em Tempo: Apoie o Coletivo Filhas da Mãe. Contribua com o financiamento coletivo de nossos projetos no site Vakinha e ajude a transformá-los em realidade. Contribuições aqui.

Cosette Castro

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