Sobre Tempo de Páscoa e de Envelhecer

Publicado em Cuidado e Autocuidado

Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Em tempos de feriados e poucas viagens, a Páscoa reforça a idéia de uma comemoração familiar, rodeada de símbolos religiosos e pagãos.

É um tempo de renovação e mudança de estação, onde os estímulos nada religiosos para aumentar o consumo de chocolate estão presentes em todos os lugares.

É tempo também de brincar com as crianças, caso ainda haja alguma na casa, e usar a imaginação para esconder os ovos.

Para as pessoas com restrição de lactose, açúcar ou glúten, são tempos de cuidados redobrados para não correr o risco de comer o que não pode. Por isso, o mais adequado é buscar lojas que ofereçam produtos produzidos para essas dietas ou baixar na internet receitas que contribuam para manter a saúde.

Quem não se interessa por chocolate, pode aproveitar o feriado e presentear livros, sejam eles adultos ou infantis. O coelho da Páscoa não vai se importar.

Uma dica  para adultos é o livro “O Cheiro” (Ed. Confraria do Vento), recente lançamento da jornalista e escritora Madalena Rodrigues.

O livro conta a história de uma menina que nasce com o nariz grande e um olfato especial, capaz de sentir muitos tipos de cheiros, diferente das outras pessoas. Não dá vontade de parar de ler e acompanhar a vida de Amana ao longo das mais de 400 páginas do livro.

Para além da Páscoa, o Coletivo Filhas da Mãe segue na campanha “Velhices Cidadãs”, cujo manifesto foi lançado nacionalmente no começo de abril.

Hoje abrimos espaço no Blog para divulgar, mais uma vez, o documento que apoiamos.

“Envelhecer é um processo natural da nossa jornada nessa existência.

É uma conquista individual e da sociedade que a cada dia incorpora mais e mais gente acima de 60 anos, numa mudança inédita da pirâmide etária.

E a cada dia aprendemos como viver mais, de maneira ativa, saudável e inclusiva.

Mas ainda assim, significativa parcela da nossa sociedade ainda olha para as pessoas mais velhas com um misto de pena ou indiferença, exceto se for alguém próximo ou poderoso.

Esse olhar enviesado, muito presente na nossa cultura, cria preconceitos em relação à velhice e às pessoas mais velhas.

E mesmo instituições voltadas para a saúde e cuidado, também, eventualmente, se veem, avaliando de maneira equivocada esse período da vida de todos nós.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tentou categorizar a velhice como uma doença.

Acima de qualquer ideário político-partidário, unindo os mais diversos movimentos, instituições e pessoas ligadas à questão da velhice e ao combate ao idadismo, o movimento “Velhice Não é Doença” conseguiu alterar a classificação na OMS.

Percebendo a necessidade e a urgência de manter ativa a luta contra o idadismo e por uma longevidade ativa, saudável e inclusiva, para as inúmeras formas de velhices que são delineadas por diferentes realidades, consolidamos, agora, o Coletivo Velhices Cidadãs para dar ainda mais voz ao movimento “Velhice Não é Doença”.

Um movimento de pessoas que sabem o valor de quem tem mais idade, que acreditam e querem consolidar uma sociedade multigeracional, formada por empresas, eventos, comércio, produtos e serviços em geral, amigos dos mais velhos.

E essa mudança na sociedade brasileira passa pela inclusão do Estado nessa construção.

Nesse ano eleitoral a pauta do envelhecimento precisa ser conhecida e apoiada pelos candidatos à Presidência, aos Governos Estaduais, ao Senado, à Câmara Federal e às assembleias. Para que os políticos incluam nos seus planos de governo ou de projetos, ações e orçamento por velhices cidadãs.

Esta é uma pauta indispensável de cada um dos cidadãos brasileiros, idosos ou não.

Envelhecer com dignidade é um direito de todos nós. Afinal, o que melhor pode acontecer aos mais jovens, é envelhecer.

Estamos convocando todos a participarem dessa transformação: empresas, instituições, entidades, grupos e para as pessoas que entendem que essa é uma questão de todos.

Queremos seu apoio. Queremos estar todos juntos”.

A carta manifesto está sendo enviada aos candidatos de todos os partidos pedindo para que se comprometam com as pautas em defesa do envelhecimento ativo, saudável e inclusivo.

Acompanhe a campanha “Velhices Cidadãs” nas redes sociais digitais
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