Ana Castro& Cosette Castro
Brasília – De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil as mulheres vivem, em média 77 anos e os homens, 74 anos.
Isso ocorre porque as mulheres se cuidam mais. Fazem exercícios. Estão mais abertas a mudar os costumes alimentares para obter uma dieta mais saudável. Vão a médicos, fazem os exames solicitados e seguem as orientações sobre tratamentos, caso necessário.
Outras, começam (ou continuam) a fazer terapia ou análise após os 50, 60 anos em uma tentativa diária de compreender melhor seus sentimentos e emoções.
Ainda assim, a qualidade de vida das pessoas idosas deixa muito a desejar. Muitas destas atividades dependem de um padrão socioeconômico cada vez mais difícil de manter com o passar dos anos.
Outro ponto importante a levar em consideração é o preconceito social pela idade. Ele ocorre diariamente em diferentes grupos sociais, inclusive dentro dos governos municipais, estaduais e federal.
Esse preconceito, conhecido como ageismo, etarismo, idadismo e, em alguns casos, velhofobia, dificulta a efetivação de políticas públicas relacionadas à saúde, habitação, alimentação, bem-estar, lazer e socialização.
O descaso oficial com a pessoa idosa se reflete na vida familiar. E aparece com o crescimento das denúncias de maus-tratos, negligência, abandono, solidão, depressão e violência (física, psicológica, patrimonial e sexual, particularmente contra a mulher com mais de 60 anos).
O preconceito, a violência e a falta de políticas públicas ou a efetivação das leis que já existem cresceram com a chegada do Covid-19. E tem obrigado as pessoas idosas ao isolamento em casa e ao distanciamento social.
No que diz respeito à pandemia no Brasil, suas consequências aparecem em estudo publicado em 2021 a partir da parceria do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Departamento de Saúde da Universidade de Harvard.
O estudo apontou que a pandemia regrediu a expectativa de vida dos brasileiros e brasileiras em dois anos. Isso sem contar que o país vive diariamente o luto individual e coletivo e carrega nos ombros o peso e a tristeza de mais de 600 mil pessoas mortas.
Como se não bastasse as questões acima citadas, existem outros desafios para as pessoas 60+ enfrentarem. Um deles é o risco de quedas dentro e fora de casa.
Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, 1 em cada 3 pessoas com mais de 65 anos sofre quedas. Além disso, 1 em cada 20 dos idosos que sofreram queda tem fratura ou necessita internação. Dentre as pessoas com 80 anos ou mais, 40% cai a cada ano. E entre os que moram em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs), a frequência de quedas é de 50%.
Há várias sugestões de adaptações da casa para evitar quedas, entre elas retirar obstáculos, como tapetes, instalar barras de apoio em banheiros, instalar pisos aderentes e usar sapatos fechados na parte de atrás.
Pensando nessa realidade, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Atividades Físicas para Idosos (GEPAFI), da Faculdade de Educação Física/UnB, lançou em 2021 uma cartilha gratuita de prevenção de quedas em idosos.
Trata-se de uma série de exercícios que podem ser praticados semanalmente em casa para fortalecer a musculatura.
A Cartilha antiquedas do GEPAFI teve como modelo Ana Castro, uma das coordenadoras do Coletivo Filhas da Mãe. Ela garante que depois de praticar o circuito antiquedas e realizar os exercícios, deixou de cair e se machucar.
Se você quiser conhecer mais sobre a Cartlha de Prevenção de Quedas em Idosos do GEPAFI acesse a página do Youtube https://www.youtube.com/watch?v=u3GN-8KxQu4.
Praticar exercícios semanalmente e adaptar a casa para esta etapa da vida é exemplo de autocuidado e autoamor, reconhecendo e respeitando os limites do corpo.