Ana Castro & Cosette Castro
Brasília – Um dos maiores desafios de quem cuida é encontrar tempo para si mesma. Mal dá pra olhar no espelho e escovar os dentes e já começam as demandas da pessoa enferma.
Então como encontrar tempo pra se cuidar?
E pra ler, então?
Parece que quando entramos no mundo do Alzheimer e demais demências, ficamos restritas a essa temática. Como se o resto do mundo perdesse a dimensão de sua grandeza e magnitude.
Passamos a buscar livros, artigos e matérias de jornais e revistas (e também blogs) que tratem do assunto.
De preferência, gratuitos. Em tempos de pandemia, damos vivas à internet e à possibilidade de conseguirmos conteúdos gratuitos e, quando possível, de fazer compras online.
Passamos a assistir, às vezes compulsivamente, todas as lives possíveis. Sobre cuidados, fases da demência, rotinas, medicação, higiene, em uma overdose temática que pode acabar por estressar mais do que ajudar.
Algumas cuidadoras sequer olham o rosto de quem está participando, porque estão às voltas do familiar enfermo. Elas escutam as lives e os debates virtuais, transformando o celular carregado no bolso da roupa em um radinho moderno, com acesso à internet.
Ou passam a escutar livros. Às vezes através de audiolivros. Outras, capítulo a capítulo recebidos em grupos do Whats App. Grupos que não param de crescer desde 2020 quando começou o isolamento social.
Ainda assim, cada vez lemos menos sobre assuntos que interessem apenas a nós e a mais ninguém.
Você saberia dizer quanto tempo você dedica a si mesma cada dia? Faça os cálculos.
A cada texto lido; a cada live, vídeo ou debate que assiste, a cada programa de rádio ou podcast que escuta, quantos são dedicados a você? Para o conhecimento pessoal, para o seu prazer, divertimento ou regojizo?
Anote durante uma semana e veja o resultado incluindo buscas na internet, páginas visitadas no Facebook, Instagram, Twitter, grupos do Whats App, Canais no You Tube, canais de televisão, programas de rádios, podcasts ou audiolivros. Anote também o tempo médios gasto nessas mídias digitais. Preste atenção se procura mais coisas “da vida real”, informativas, científicas, ou se abre espaço para a ficção, para a arte, para o entretenimento e para o riso.
Se o tempo que você gasta com você for menor do que o tempo que você dedica a outras pessoas ( família, filhos, parentes enfermos, amigos ou mesmo trabalho), talvez esteja na hora de repensar as suas escolhas e prioridades. Talvez seja hora de rever a sua rotina e, principalmente, proteger a sua saúde mental.
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